Procurador-geral espanhol será julgado por violação do segredo de Justiça

O procurador-geral espanhol Álvaro García Ortiz vai ser julgado por violação do segredo de justiça, após o Supremo Tribunal ter rejeitado o seu recurso final, levando a oposição a pedir a sua demissão imediata.

 Álvaro García Ortiz

© Getty Images/Alberto Ortega/Europa Press

Lusa
29/07/2025 23:20 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Álvaro García Ortiz

Garcia Ortiz, o procurador de mais alto nível de Espanha, é acusado de ter passado à imprensa informações sobre o empresário Alberto González Amador, sócio de Isabel Díaz Ayuso, presidente da região de Madrid e feroz opositora do governo do primeiro-ministro socialista Pedro Sánchez.

 

O juiz, nomeado em agosto de 2022 por recomendação do governo de Sánchez, contesta os factos e tinha recorrido em junho da decisão de envio do caso para um tribunal criminal, proferida por um juiz do Supremo Tribunal, Ángel Luis Hurtado.

No entanto, o Supremo Tribunal decidiu hoje que "as provas recolhidas durante a investigação" eram "suficientes" para a realização de um julgamento.  

Esta fuga judicial, envolvendo "informações confidenciais que não deveriam ter sido publicadas", foi o resultado de "um ato coordenado e realizado pessoalmente pelo procurador-geral", afirmou o TS em comunicado.

García Ortiz foi acusado a 13 de janeiro neste caso, sem precedentes na história judicial espanhola.  

A acusação foi feita após a publicação, por diversos órgãos de comunicação social, de uma minuta de acordo de delação premiada entre o Ministério Público e Alberto González Amador.

González Amador é suspeito de ter defraudado o fisco espanhol entre 2020 e 2021 enquanto geria a sua empresa, que prestava serviços de saúde e viu as suas receitas expandirem-se durante a pandemia de Covid-19.  

O caso complexo deu origem a acesas discussões entre o governo de Sánchez e Díaz Ayuso, uma das líderes do Partido Popular (PP), de oposição de centro-direita, que denunciou a perseguição como "selvagem" e acusou a equipa do primeiro-ministro de organizar as fugas de informação com a ajuda do Ministério Público.

Após a decisão do Supremo Tribunal, o PP renovou os seus pedidos de demissão de García Ortiz.  

"Quem está no banco dos réus não pode processar crimes. O procurador-geral deve demitir-se imediatamente", escreveu o líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, no X.

A data do julgamento ainda não foi anunciada.

Leia Também: Justiça pede prisão para companheiro da líder da Comunidade de Madrid

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