"Qualquer pessoa que peça hoje a entrega de armas, sejam elas libanesas ou estrangeiras (...) está a servir o projeto israelita", declarou Naim Qassem, num discurso transmitido pela televisão estatal libanesa, por ocasião do primeiro aniversário da morte do comandante e "número dois" do movimento Fouad Chokr, num ataque israelita nos subúrbios do sul de Beirute.
Qassem acusou também o enviado especial dos Estados Unidos, Tom Barrack, de utilizar "ameaças e intimidação" para "ajudar Israel".
"Não abandonaremos a nossa fé nem a nossa força, estamos prontos para o confronto. Não haverá rendição, nem entrega das armas da resistência e Israel não nos vai tirar as armas", defendeu.
O líder do Hezbollah argumentou que a existência de armamento é o "principal obstáculo" à expansão do Estado judaico e é necessária para proteger o Líbano.
No dia 22 deste mês, o chefe das forças armadas israelita, Eyal Zamir, tinha anunciado que as tropas israelitas iam continuar a atacar o Hezbollah para "enfraquecer e impedir as capacidades estratégicas" do grupo.
Antes, o líder do Hezbollah tinha rejeitado a ideia entregar as armas, e afirmou que só ia dialogar quando a ameaça israelita tivesse desaparecido, apesar de admitir, na altura, que a recusa pudesse resultar num novo confronto.
A partir de setembro de 2024, Israel realizou uma série de ataques aéreos no Líbano contra alvos do grupo xiita libanês, apoiado pelo Irão.
Um mês depois, as tropas israelitas desencadearam ataques no interior do Líbano, destruindo grande parte da capacidade militar do Hezbollah, ao mesmo tempo que eliminaram alguns dos mais destacados dirigentes do movimento, antes da assinatura do cessar-fogo em novembro.
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