Capacidade de absorção de CO2 nas florestas em declínio, diz estudo

A absorção de dióxido de carbono (CO2) pelas florestas europeias está em declínio devido aos efeitos da seca e da exploração florestal, o que ameaça os objetivos climáticos da União Europeia, segundo um estudo hoje publicado.

Megalis Panagias forest in the mountains of Halkidiki, North Greece

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Lusa
30/07/2025 19:14 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Estudo

"A capacidade das florestas funcionarem como sumidouros de carbono está a diminuir rapidamente", afirma a equipa de investigadores internacional, liderada por cientistas do Centro Comum de Investigação, um organismo da União Europeia (UE).

 

O estudo foi hoje publicado na revista científica Nature.

As florestas cobrem cerca de 40% da superfície terrestre da UE e absorveram aproximadamente 436 milhões de toneladas de CO2 por ano entre 1990 e 2022, o que corresponde a cerca de 10% das emissões resultantes da atividade humana no bloco comunitário.

Mas a tendência não é animadora, uma vez que a absorção pelas florestas caiu quase um terço entre os anos de 2010 e 2014 e 2020 e 2022 e, afirmam os investigadores, estudos recentes sugerem mesmo um "declínio ainda mais pronunciado".

A capacidade das florestas de absorver dióxido de carbono decresce devido às secas, ondas de calor, ataques de insetos e incêndios, mas também devido à exploração florestal.

Estes fatores põem em causa os objetivos climáticos da UE, que visa a neutralidade carbónica em 2050, o que pressupõe que as emissões residuais sejam absorvidas por sumidouros de carbono naturais tal como os solos e as florestas, ou por tecnologias para esse efeito.

"Inverter o declínio da capacidade das florestas europeias de armazenamento de carbono é essencial -- e isso ainda é possível -- com ações audaciosas e fundadas na ciência atual", sublinhou Giacomo Grassi, coautor do estudo.

Entre as soluções estão a gestão florestal para as tornar mais resistentes ao clima futuro e a condições extremas, a evolução dos modelos de exploração florestal e a melhoria da vigilância das florestas europeias.

Os investigadores sublinham a necessidade de melhorar o conhecimento ainda deficitário sobre a matéria, referindo que vários países europeus dependem de inventários florestais pontuais que não oferecem um quadro preciso e dinâmico da evolução.

Sugerem medir melhor os fluxos de carbono entre o solo, a vegetação e a atmosfera, e detalhar cenários sobre a forma como os eventos climáticos extremos vão afetar os sumidouros de carbono no futuro.

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