"Confirma-se que o número total de pessoas detidas durante a operação policial no centro de Londres é de 532", indicaram hoje as autoridades londrinas em comunicado de imprensa.
A operação policial em causa aconteceu no sábado, durante uma manifestação de apoio à rede Palestine Action.
Na nota de imprensa, a polícia metropolitana indicou ainda que a grande maioria das detenções (522) foram por exibir um cartaz de apoio à referida organização.
As outras 10 detenções foram por agressões a polícias - sem que haja feridos a registar - obstrução da polícia ou delitos contra a Lei de Ordem Pública, referiu ainda a autoridade.
Dos detidos, 263 eram homens, 261 mulheres e oito definiram-se como binários ou não revelaram o seu género, enquanto a idade média dos detidos era de 54 anos, informou a polícia.
Depois da proibição da Palestine Action, prevista na Lei Antiterrorismo de 2000, o apoio ou militância na organização é considerado crime, com penas máximas até 14 anos de prisão.
Os advogados da organização argumentam que a proibição representa "um abuso autoritário" de poder, segundo a rádio BBC.
O Governo chefiado por Keir Starmer promoveu a proibição do grupo após um ataque a uma base aérea, no qual vários ativistas pintaram grafítis em aviões militares.
Todos os detidos foram encaminhados para pontos de processamento dos seus distritos. Os que confirmaram a sua identidade saíram em liberdade sob fiança, com a condição de não voltarem a estar em protestos de apoio à Palestine Action. Os que se recusaram foram levados para delegacias de polícia de diferentes áreas de Londres.
No local, os manifestantes exibiam outras palavras de ordem, como "Agir contra o genocídio não é crime" e "Palestina Livre", descreveu a agência France-Presse (AFP).
Os detidos não ofereceram resistência e muitos exibiram um "V" de vitória com os dedos, sob os aplausos de outros manifestantes.
O Governo britânico insiste que os seus apoiantes "desconhecem a verdadeira natureza" da Palestine Action.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciou em 29 de julho que Londres reconhecerá o Estado da Palestina em setembro, a menos que Israel assuma certos compromissos.
Starmer juntou-se também às numerosas vozes de líderes internacionais que se insurgiram na sexta-feira com o plano do Governo israelita de ocupar a Cidade de Gaza e deslocar sua população, mantendo o propósito de eliminar o grupo islamita palestiniano Hamas e recuperar os reféns que conserva na sua posse.
"Esta ação não contribuirá em nada para pôr fim a este conflito nem para garantir a libertação dos reféns. Apenas provocará mais derramamento de sangue", advertiu o chefe do Governo em comunicado.
Israel impôs um bloqueio ao território e impediu as organizações internacionais de distribuírem ajuda à população, que tem sido feita exclusivamente desde maio pela Fundação Humanitária de Gaza, uma organização obscura criada com apoio de Telavive e Washington.
Segundo as autoridades palestinianas, controladas pelo Hamas, mais de 200 pessoas morreram de fome ou subnutrição nas últimas semanas na Faixa de Gaza, das quais cerca de metade eram crianças.
O conflito foi desencadeado pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde perto de 1.200 pessoas morreram e cerca de 250 foram feitas reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma vasta operação militar no território, que já provocou mais de 61 mil mortos, segundo as autoridades locais, a destruição de quase todas as infraestruturas do enclave e a deslocação de centenas de milhares de pessoas.
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