Dezasseis alunos de uma escola da região de Valência, na costa mediterrânica, no leste de Espanha, relataram a utilização da "sua imagem modificada por IA, nas redes sociais e num 'site'" para "vender este tipo de conteúdos", disse a Guarda Civil em comunicado.
A polícia recebeu a primeira denúncia sobre este caso em dezembro passado, quando uma rapariga apresentou queixa contra a criação, sem consentimento, de uma conta numa rede social em seu nome.
A denúncia continha "um vídeo criado com IA" e fotos "manipuladas" de tal forma que as pessoas nelas apareciam "completamente nuas", segundo a mesma fonte.
Depois de registadas outras denúncias, a polícia interrogou os adolescentes, que suspeitaram então que "o autor [dos atos] podia ser um colega de turma".
Estas suspeitas foram confirmadas quando a Guarda Civil obteve os endereços IP das contas criadas e descobriu que estavam ligadas ao "endereço de residência de um" dos estudantes, atualmente a ser processado por corrupção de menores.
Espanha já registou casos de distribuição de imagens pornográficas de menores produzidas com IA.
Em resposta, o Governo do socialista Pedro Sánchez aceitou, em março último, criminalizar a distribuição de vídeos falsos de sexo, gerados por IA e sem o consentimento dos indivíduos envolvidos.
Esta proposta de lei, que o Governo descreveu como pioneira na Europa, ainda não foi votada pelo parlamento.
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