O pai de Juliana Marins, a jovem brasileira que morreu na sequência de uma queda no vulcão Rinjani, em Lombok, na Indonésia, denunciou o roubo da placa em homenagem à filha de um miradouro na praia do Sossego, em Niterói, no Rio de Janeiro. Mais tarde, a autarquia adiantou que o sinal tinha "voado" ou "caído" devido ao vento.
"Estive há pouco no mirante (miradouro em português de Portugal) e trilha Juliana Marins e, para meu espanto, as placas não estavam mais lá. O que será que leva uma pessoa a pegar em algo que não é seu e que não tem nenhuma importância para ele, mas que é importantíssimo para outros?", escreveu na rede social Instagram.
Já mais tarde, a autarquia da região revelou, em comunicado, citado pelo G1, que "devido à ventania de ontem (sexta-feira), as placas tombaram", adiantando ainda que funcionários as tinham retirado e que iriam ser colocadas no miradouro este domingo.
Na sua publicação no Instagram, o pai da jovem disse ter sido informado do sucedido. No entanto, destacou que um bombeiro lhe tinha dito que a placa da trilha "já não estava lá desde a semana passada".
Segundo escreve o G1, o local onde foi colocada a placa em homenagem a Juliana é um dos lugares mais bonitos de Niterói e era também um dos seus lugares preferidos.
Quem é Juliana Marins?
Juliana Marins, recorde-se, foi encontrada morta, quatro dias depois de ter caído durante uma caminhada no vulcão Rinjani, na Indonésia.
A jovem foi vista pela última vez por um drone de outros turistas. Nas imagens aparecia sentada após a queda mas, quando as equipas chegaram ao local, já não a encontraram. Apurou-se posteriormente que sofreu uma segunda queda, deixando-a a centenas de metros do local da primeira.
Segundo o jornal G1, que falou com especialistas em montanhismo, guias experientes e outros turistas que já fizeram a mesma caminhada, entre as falhas graves que podem ter contribuído para a morte da jovem brasileira, está a falta de exigência de equipamentos, o abandono na caminhada, a falta de preparo de guias, o terreno instável e clima extremo, o resgate lento e desorganizado e o uso tardio e limitado de tecnologia, além de outros obstáculos diplomáticos e logísticos.
Juliana, de 26 anos, era formada em Publicidade pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Há alguns meses decidiu embarcar numa aventura sozinha pela Ásia, passando pelas Filipinas, Vietname, Tailândia e Indonésia - onde chegou no final de fevereiro.
Após ter sido feita uma nova autópsia ao corpo da jovem, no Brasil, as autoridades confirmaram que Juliana Marins morreu devido a múltiplos traumas causados pela queda em altura.
A autópsia concluiu que a causa imediata da morte foi uma hemorragia interna provocada por lesões poliviscerais e politraumatismo, compatíveis com impacto de alta energia cinética. Os peritos acreditam que a jovem sobreviveu, no máximo, 15 minutos após o impacto, embora sem condições para reagir ou mexer-se.
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