Durante a reunião de chefes da diplomacia dos países membros da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), realizada na cidade chinesa de Tianjin, Wang apelou para um "maior consenso" entre os Estados-membros da OCX face ao "avanço do protecionismo" e à intensificação dos "conflitos regionais", segundo um comunicado divulgado pela diplomacia chinesa.
O ministro chinês alertou para um contexto de segurança internacional "complexo e grave", marcado pelo "surgimento constante de novas ameaças e desafios".
Wang condenou ainda os recentes ataques israelitas contra o Irão -- país membro da OCX -- que classificou como uma "violação da soberania" iraniana.
Num apelo à "boa vizinhança" entre os membros da organização, Wang Yi recordou que a OCX inclui países com relações tensas, como a Índia e o Paquistão, que em maio trocaram ataques aéreos, provocando dezenas de mortos.
"A OCX deve aproveitar o 80.º aniversário da fundação das Nações Unidas como uma oportunidade para defender um mundo multipolar, equitativo e ordenado, bem como uma globalização económica inclusiva", acrescentou o ministro, sublinhando a necessidade de construir um "sistema de governação global mais justo e racional".
A China exerce atualmente a presidência rotativa da OCX, frequentemente apelidada de "NATO asiática". Wang anunciou que a cimeira anual da organização terá lugar entre 31 de agosto e 01 de setembro deste ano.
Paralelamente à reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros, o Presidente chinês, Xi Jinping, recebeu os responsáveis diplomáticos da OCX em Pequim, apelando a um reforço dos "mecanismos de resposta" às "ameaças e desafios de segurança globais".
"Devemos unir esforços e liderar o Sul Global para promover a criação de um sistema de governação internacional mais justo e razoável", afirmou Xi, citado pela imprensa oficial.
A OCX é composta por China, Rússia, Índia, Irão, Paquistão, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguizistão, Tajiquistão e Uzbequistão, representando o maior bloco regional do mundo em termos de população e extensão geográfica --- cerca de 40% da população mundial.
Embora os seus membros insistam que não se trata de uma aliança militar, e que o seu objetivo é proteger os Estados membros contra ameaças como o terrorismo, o extremismo e o separatismo, analistas consideram que a OCX funciona, de facto, como um contrapeso estratégico à NATO.
Leia Também: Pequim prevê aprofundamento do diálogo com os EUA após encontro com Rubio