O Reino Unido, a França e a Alemanha concordaram em repor as sanções contra o Irão se não houver progresso no acordo para limitar as suas atividades nucleares até ao final de agosto.
O ministro dos Negócios Estrangeiros francês afirmou, em declarações aos jornalistas esta terça-feira em Bruxelas, que “França e os seus parceiros têm o direito de repor embargos globais a armas, bancos e equipamentos nucleares que foram levantados há dez anos.” E acrescentou que "sem um compromisso firme, tangível e verificável do Irão, vamos avançar com as sanções, o mais tardar, no fim de agosto."
As sanções económicas ao Irão foram levantadas em 2015 num acordo que estipulava restrições e a monitorização do programa nuclear de Teerão. Três anos depois, sob a primeira administração de Trump, os Estados Unidos retiraram-se do acordo e reinstituíram as sanções alegando que o Irão era o principal patrocinador do terrorismo.
O acordo, tecnicamente, ainda é válido e vinculativo para todos os signatários, mas qualquer um deles que seja também membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas pode começar o processo de reposição das sanções - o qual não pode ser vetado.
Tanto a França como o Reino Unido são membros permanentes deste conselho.
Durante o segundo mandato, Donald Trump decidiu tentar negociar um novo acordo que limite a atividade nuclear de Teerão, mas as negociações acabaram por estagnar.
Em junho, os Estados Unidos tomaram medidas próprias, em parceria com Israel, e atacaram três centros nucleares iranianos, os principais no país. Segundo Trump, foram “completa e totalmente destruídas”. Da parte do Irão houve apenas a garantia de que os ataques não iam parar as atividades nucleares do país, mas as negociações continuam.
Na segunda-feira, o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano admitiu que o ministro e o enviado especial dos Estados Unidos para o Médio Oriente, vão voltar a sentar-se à mesa para tentar chegar a um acordo em matéria nuclear.
O porta-voz acrescentou ainda que “por enquanto, não foi definida uma data, hora ou local específico para uma reunião,” que sofre agora a pressão de possíveis sanções europeias.
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