"Na sequência das intervenções militares israelitas no sul da Síria, foram agora efetuados ataques contra o centro de Damasco, o que constitui uma tentativa de sabotar os esforços da Síria para alcançar a paz, a estabilidade e a segurança", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco em comunicado.
A diplomacia turca acrescentou que "o povo sírio tem uma oportunidade histórica de viver em paz e de se integrar no mundo" e que "todos os atores que apoiam esta oportunidade devem contribuir para os esforços do governo sírio para estabelecer a paz".
O comunicado de Ancara surge após o bombardeamento de Israel ao quartel-general do exército sírio em Damasco, justificado pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, como uma tentativa de "salvar" os membros da comunidade drusa e assegurar a desmilitarização junto à fronteira.
Netanyahu afirmou na terça-feira, numa visita a uma base militar no Vale do Jordão, que não deixaria que a Síria se tornasse num "segundo Líbano".
Os ataques israelitas surgem na sequência de vários dias de conflitos na cidade de Sweida, no sul da Síria, junto à fronteira com Israel, em que irromperam combates entre beduínos e drusos.
As forças do regime sírio foram enviadas para a cidade de maioria drusa para restabelecer a ordem.
De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), esta vaga de violência fez pelo menos 248 mortos, dos quais 138 membros das forças de segurança, 64 combatentes drusos e 28 civis drusos, destes últimos 21 foram executados de forma sumária alegadamente por forças sírias, e 18 combatentes beduínos.
As tensões entre as comunidades drusa e beduína são de longa data e a violência entre os dois grupos tem lugar esporadicamente.
Após a queda do regime do Presidente sírio Bashar al-Assad, em dezembro, surgiram preocupações quanto ao destino das minorias étnicas no país sob o novo governo de transição sírio, liderado pelo Presidente interino, Ahmad al-Sharaa, um antigo líder rebelde islamita.
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