Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average subiu 0,49%, o tecnológico Nasdaq avançou 0,94%, estabelecendo um novo recorde de encerramento, e o S&P 500, mais abrangente, avançou 0,61%.
"O mercado não está certamente a agir como se tivesse medo das tarifas", sublinhou Patrick O'Hare, analista da Briefing.com, à agência France-Presse (AFP).
"Obviamente, as cartas sobre tarifas enviadas esta semana atraíram muita atenção, mas o mercado presume que se trata apenas de ferramentas de negociação e que, em última análise, serão alcançados termos mais favoráveis", acrescentou.
Após uma série inicial de cartas na segunda-feira, o Presidente dos EUA, Donald Trump, enviou hoje oito novas cartas, incluindo ao Brasil, carta publicada após o encerramento de Wall Street, a informar os países afetados sobre as tarifas impostas aos seus produtos que entram nos Estados Unidos.
Wall Street também "continua a basear-se no facto de os dados económicos simplesmente não terem confirmado os piores receios sobre a inflação e o crescimento mais lento devido às tarifas", enfatizou O'Hare.
Esta situação é também algo com que os banqueiros centrais dos EUA concordam, de acordo com as atas publicadas hoje sobre as suas discussões na última reunião de política monetária da Reserva Federal (Fed), em junho.
Uma minoria deles manifestou a sua disponibilidade para cortar as taxas de juro já na próxima reunião da Fed, no final de Julho.
"A maioria" dos dirigentes dos bancos centrais norte-americanos acredita que um corte nas taxas seria "provavelmente apropriado" em 2025, de acordo com as atas.
"O mercado bolsista como um todo irá sair-se bem com a ideia de a Fed cortar as taxas porque a inflação continua sob controlo", antecipou O'Hare.
"Isto só se torna um problema quando o corte das taxas é motivado por uma desaceleração do mercado ou por uma deterioração do crescimento que ameace as perspetivas de lucro", insistiu.
No mercado obrigacionista, o rendimento do título norte-americano a 10 anos recuou acentuadamente para 4,34%, em comparação com 4,40% no fecho do dia anterior.
No mercado empresarial, a gigante de chips Nvidia subiu 1,80% para 162,88 dólares.
No início da sessão, o preço das suas ações ultrapassou os 164 dólares, tornando-se a primeira empresa do mundo a ultrapassar a marca simbólica dos 4 triliões de dólares em valor de mercado.
A empresa tecnológica é impulsionada pelo entusiasmo dos investidores pelas ações de inteligência artificial (IA).
O grupo norte-americano Hershey (-4,70%, para 161,95 dólares), conhecido entre outras coisas pelas suas barras de chocolate homónimas e pelos rebuçados de manteiga de amendoim Reese's, caiu pela segunda sessão consecutiva após o anúncio de uma mudança na gestão.
Kirk Tanner, ex-CEO da Wendy's (-0,53% para 11,23 dólares), assumirá o comando da empresa.
A fabricante de bebidas energéticas Monster Beverages (-3,28% para 59,57 dólares) caiu após a Rothschild & Co. baixar a sua recomendação de compra, em parte devido às incertezas sobre as tarifas sobre o alumínio, um material essencial no fabrico de latas.
A gigante norte-americana do café Starbucks fechou no verde (+0,33%, para 95,25 dólares), depois de vários órgãos de comunicação social terem noticiado que a empresa tinha recebido cerca de trinta ofertas de empresas de investimento que procuravam adquirir uma participação na sua subsidiária na China, o segundo maior mercado do grupo, depois dos Estados Unidos.
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