Trump lança fundo negociado em bolsa aplicado em cinco criptomoedas

A empresa Trump Media & Technology Group (TMTG), do Presidente norte-americano, lançou um fundo negociado em bolsa (ETF) aplicado nas cinco criptomoedas mais usadas, prosseguindo a expansão de negócios nas finanças digitais.

Trump

© ANDREW CABALLERO-REYNOLDS/AFP via Getty Images

Lusa
08/07/2025 23:55 ‧ ontem por Lusa

Economia

EUA

A TMTG, que opera a rede social Truth, anunciou hoje que apresentou documentação para aprovação do lançamento do "Crypto Blue Chip ETF" na Comissão de Valores Mobiliários (SEC).

 

O ETF proposto deverá estar operacional já este ano, com 70% das suas participações em bitcoin, a criptomoeda mais popular do mundo; 15% em ethereum, a segunda mais popular; e 8% em solana, uma criptomoeda muito usada na comunidade de moedas 'meme'.  

O fundo deteria ainda 5% na criptomoeda desenvolvida pela empresa Ripple e 2% na criptomoeda criada pela corretora Crypto.com.

Os ETFs baseados em criptomoedas facilitam a exposição dos investidores às criptomoedas sem a necessidade de as comprar diretamente.  

A popularidade destes fundos aumentou desde que os ETFs de bitcoin começaram a ser negociados nos mercados dos EUA no ano passado.

A SEC divulgou novas diretrizes na semana passada para os emissores de ETFs de criptomoedas, parte do esforço da administração Trump para criar um ambiente regulatório mais favorável à atividade.  

Desde que Trump assumiu o cargo, a agência também retirou ou suspendeu várias ações de fiscalização de empresas de criptomoedas.

Trump já foi um cético em relação a criptomoedas, mas aderiu sobretudo desde que o setor, que reagiu negativamente às tentativas de regulação da sua atividade pelo executivo do ex-Presidente Joe Biden.

Na campanha, Trump prometeu tornar os Estados Unidos a "capital das criptomoedas do planeta" e o setor retribuiu contribuindo com mais de 100 milhões de dólares (88 milhões de euros) para a sua reeleição e as de legisladores favoráveis à sua atividade.   

A Ripple foi uma das maiores doadoras do comité de tomada de posse de Trump.  

Além da defesa pública do setor, a família Trump tem-se envolvido em negócios altamente lucrativos com criptomoedas.   

A TMTG  anunciou no final de maio que vai angariar 2,5 mil milhões de dólares (2,2 mil milhões de euros) para criar uma reserva de criptomoedas.   

Em comunicado, a TMTG adiantou estar em negociações com cerca de 50 investidores para emitir ações no valor de cerca de 1,5 mil milhões de dólares e títulos no valor de 1.000 milhões de dólares, destinando-se o montante à compra de criptomoedas.   

As criptomoedas serão incorporadas no balanço do grupo, que assim passará de 759 milhões de dólares (670 milhões de euros) para mais de 3,2 mil milhões de dólares (2,8 mil milhões de euros).   

"Vemos o bitcoin como o instrumento definitivo de liberdade financeira e a Trump Media manterá a partir de agora as criptomoedas como parte central dos seus ativos", disse Devin Nunes, ex-congressista republicano que lidera o grupo.   

Na mesma altura, o Presidente dos Estados Unidos organizou mesmo um jantar à porta fechada para os 220 maiores detentores da sua criptomoeda, lançada poucas horas antes de tomar posse, no final de janeiro.   

A criptomoeda 'meme' do Presidente ($TRUMP), que ao contrário de meios de pagamento tradicionais não tem garantia fiduciária de uma entidade financeira, é comercializada 'on-line' desde o início deste ano e a empresa de análise de blockchain Chainalysis calcula que desde então gerou mais de 320 milhões de dólares em taxas para os seus promotores.   

Um acordo ético proíbe Trump de tomar decisões "quotidianas" na Trump Organization enquanto for Presidente e limita as informações financeiras sobre os negócios que podem ser partilhadas com ele.   

Os críticos da incursão de Trump nas moedas 'meme', que incluem a oposição democrata, dizem que a natureza pseudónima da criptomoeda dá a oportunidade de tentar influenciar indevidamente o Presidente através da compra dos seus ativos digitais.   

A lei norte-americana não prevê exigência de divulgação para os compradores de moedas 'meme'.   

Uma 'start-up' lançada em setembro com o apoio da família Trump criou a sua própria criptomoeda tipo 'stablecoin', USD1, no final de março, que já foi utilizada pelo fundo dos Emirados MGX para adquirir uma participação de 2.000 milhões de dólares (1,76 mil milhões de euros) na bolsa de criptoativos Binance.   

A Bitcoin, a criptomoeda mais negociada no mercado, tem alcançado máximos históricos, num contexto de fragilidade do dólar norte-americano e de dúvidas sobre o défice orçamental dos Estados Unidos.     

Numa conferência de imprensa no mês passado, Trump afastou qualquer ideia de que os investimentos da sua família fossem impróprios e elogiou os esforços do seu governo para tornar os Estados Unidos a capital mundial das criptomoedas.

Leia Também: Supremo dos EUA dá luz verde a despedimentos maciços no Estado

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