Em comunicado, o Departamento de Estado norte-americano relaciona as 22 entidades com uma rede envolvida "no comércio ilícito de petróleo" em nome do regime do Irão.
"Esta rede tem utilizado empresas estrangeiras de fachada para transferir fundos que sustentam a Força Quds-Guarda Revolucionária Islâmica e as campanhas de terror de Teerão, que minam a paz e a segurança internacionais e reforçam os seus programas de mísseis balísticos", acusou a diplomacia de Washington.
O Departamento de Estado refere que as empresas estão sediadas em Hong Kong, Emirados Árabes Unidos e Turquia "como parte desta rede para ajudar as entidades governamentais iranianas sancionadas a gerar receitas com a venda de petróleo e outras mercadorias" já sujeitas às sanções dos Estados Unidos (EUA).
Num comunicado separado, o Departamento do Tesouro relata a existência de contas 'offshore' para transferir centenas de milhões de dólares em lucros derivados das vendas de petróleo iraniano, "a fim de contornar sanções e canalizar fundos" de volta.
"O regime iraniano depende fortemente do seu sistema bancário paralelo para financiar os seus programas desestabilizadores de armas nucleares e mísseis balísticos, que ameaçam os Estados Unidos e os nossos aliados na região", comentou o secretário do Tesouro, Scott Bessent, numa publicação nas redes sociais a propósito das sanções hoje anunciadas.
Estas restrições correspondem a uma segunda vaga dirigida a estruturas financeiras de facilitação de venda de crude iraniano desde que o Presidente norte-americano, Donald Trump, assinou um memorando em fevereiro para ativar uma campanha de "pressão máxima" contra Teerão.
"Os Estados Unidos continuarão a negar ao Irão o acesso às redes financeiras e ao sistema bancário global enquanto o Irão prosseguir as suas atividades desestabilizadoras", afirmou o Departamento de Estado no mesmo comunicado, ameaçando ainda com "a responsabilização daqueles que procuram minar a paz e a segurança internacionais".
Representantes de Washington e Teerão deverão reunir-se nos próximos dias em Oslo, na Noruega, após a ofensiva militar de 12 dias iniciada por Israel em 13 de junho, sob o pretexto de que o Irão estava prestes a alcançar uma arma nuclear, o que é refutado pela República Islâmica.
Posteriormente, os Estados Unidos realizaram, em 22 de junho, um raide aéreo contra as instalações nucleares iranianas de Fordo, Natanz e Isfahan.
Após estes acontecimentos, ambos os lados concordaram com um cessar-fogo, interrompendo os respetivos bombardeamentos, que fizeram mais de mil mortos no Irão e 28 em Israel.
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