"Estamos cientes de que, a partir do final de outubro, com o início dos voos da Easyjet para a Praia e Mindelo, teremos de definir uma estratégia para enfrentar essa nova concorrência, assente nos preços mais baixos nas rotas Lisboa-Praia e Lisboa-Mindelo", indicou, em resposta a questões colocadas pela Lusa.
O cenário não é inédito, uma vez que a TACV "já está a enfrentar a concorrência com as operações da Transavia", companhia "low cost" que voa para a Praia e Sal, além dos voos da Easyjet "nas rotas com destino Sal", ressalva.
"Ainda não estamos em condições de divulgar que ajustamentos iremos fazer, mas é nossa intenção continuar a voar, conforme programado", concluiu.
Lisboa é um dos destinos internacionais da TACV, com a marca Cabo Verde Airlines, a par do Porto, Paris (França) e Bergamo (Itália).
O Fundo Monetário Internacional (FMI) referiu no último relatório sobre o país que "a TACV continua a não ser lucrativa" e "a entrada de uma companhia aérea internacional de baixo custo no mercado poderá significar um fator de concorrência nos voos internacionais", bem como "uma oportunidade para [o Estado] reconsiderar a utilização das finanças públicas".
A recomendação está alinhada com uma preocupação para reduzir os riscos do setor empresarial do Estado e acompanha a opinião de outros parceiros e empresários que têm defendido uma reorientação de recursos para melhorar os voos domésticos.
O Governo tem respondido que tem "receio" de se tornar excessivamente dependente de operadores de baixo custo para ligações ao exterior e à diáspora, como se lê numa resposta anexada ao mesmo relatório, que também promete uma aposta nas ligações internas, com melhorias em curso desde 2024.
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