O PS, Bloco de Esquerda, Livre e PAN estão a discutir uma coligação à Esquerda para concorrer às eleições autárquicas em Lisboa. Juntos farão frente a Carlos Moedas, atual presidente da Câmara de Lisboa e candidato a renovar o cargo numa candidatura apoiada por PSD, CDS e Iniciativa Liberal.
A notícia é hoje avançada pelo Expresso e pelo Público, que referem ainda que esta candidatura abrange as listas para todos os órgãos em Lisboa, nomeadamente, presidência da Câmara, Assembleia Municipal e para as 24 assembleias de freguesia do município.
O Notícias ao Minuto está a tentar confirmar esta informação junto dos partidos. Apenas o Livre respondeu, remetendo comentários para mais tarde.
A coligação à esquerda será liderada pela candidata do Partido Socialista, Alexandra Leitão, e integra, ainda, Carolina Serrão, pelo Bloco de Esquerda, e Carlos Teixeira, dirigente do Livre e vereador substituto na capital.
O acordo entre os quatro partidos terá sido decidido numa reunião do secretariado da concelhia do PS-Lisboa, na noite de quarta-feira, e prevê-se que a comissão política concelhia socialista reúna hoje para votar o acordo.
Coligação à Esquerda fará frente a Carlos Moedas
A Câmara de Lisboa é presidida desde 2021 por Carlos Moedas, que governa sem maioria absoluta, eleito pela coligação Novos Tempos - PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança.
O presidente da Câmara de Lisboa decidiu tentar um segundo mandato nas eleições de 12 de outubro, tendo na altura do anúncio da candidatura afirmado que poderia ser discutido um eventual acordo de coligação entre PSD, CDS-PP e IL, situação entretanto confirmada.
Reforçando que está "acima dos partidos" e a governar com as pessoas, o social-democrata explicou que não representa "apenas aquilo que é um partido ou outro partido", mas sim "uma maneira nova de fazer política, uma maneira de estar na moderação da política, com assertividade, contra os extremos".
Carlos Moedas formalizou candidatura ontem
O atual presidente da Câmara de Lisboa e cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP/IL nas próximas eleições autárquicas apresentou a sua candidatura esta quarta-feira, afirmando que não se candidata contra ninguém e defendendo que a escolha é entre moderação e radicalismo.
"É uma escolha simples, mas com enormes consequências: entre a moderação, a moderação que sonha e que faz, e o radicalismo, o radicalismo que já conseguiu minar grande parte do PS e que tanto prejudicou o país, e que agora querem trazer este modelo falido para a nossa Lisboa", declarou
O social-democrata agradeceu aos três partidos que formaram a coligação, a começar pelo PSD, o seu partido de sempre, seguindo-se o CDS-PP, classificado como "o amigo sempre fiel", e a IL "pela coragem" de ser parceira, pela primeira vez, numa candidatura à Câmara de Lisboa, "com energia renovada".
Além da recandidatura de Carlos Moedas e da possível coligação à esquerda, concorrem ao cargo João Ferreira (CDU), Ossanda Líber (Nova Direita), José Pinto Coelho (Ergue-te) e Bruno Mascarenhas (Chega).
Atualmente, o executivo municipal integra sete eleitos da coligação Novos Tempos, três do PS (elegeu cinco, mas perdeu dois após várias renúncias aos mandatos, cumprindo a lista da candidatura em coligação), três dos Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), dois do PCP, um do Livre e um do BE.
Quanto à assembleia municipal, em 2021 a lista mais votada foi a da Novos Tempos, encabeçada por Isabel Galriça Neto (CDS-PP), que conseguiu 17 mandatos, tal como a de PS/Livre, tendo sido eleita como presidente órgão Rosário Farmhouse (PS).
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