O presidente do Chega considera "absurda" a abertura de um processo pela Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) pela divulgação do nome de menores durante uma sessão plenária.
Em declarações aos jornalistas, André Ventura defende que se está a "perder tempo" com processos apenas porque disse "o nome Mohammed" e critica a CNPD ao dizer que está a abrir um processo para "justificar o dinheiro que leva dos contribuintes todos os meses".
"Isto é absurdo, é absurdo. Só um país que não tem mais nada para fazer, só um país que não se preocupa nem com corrupção, nem com a regulação da imigração, nem com a criminalidade que grassa nas ruas, é que se preocupa em perseguir deputados, porque esses deputados vieram ao parlamento dizer que o Said, o Mohamed, o Azuz estão nas escolas portuguesas em demasia ou em sobrelotação. Então, mas isto é crime?", afirmou.
O líder do Chega reitera ainda que há um problema na imigração e que não é a "prender o líder do segundo maior partido" que vai ser resolvido.
André Ventura falava aos jornalistas na Assembleia da República, pouco depois da divulgação da notícia de que a CNPD abriu um processo de averiguações "na sequência das diversas queixas apresentadas", por o líder do Chega ter divulgado no parlamento nomes de menores, alunos numa escola em Lisboa.
O presidente do Chega considerou estar em causa "uma pura perseguição política, incompreensível".
Em causa está a divulgação de nomes, alegadamente de menores imigrantes, feita durante o debate parlamentar às alterações da lei da nacionalidade.
"Estes senhores são zero portugueses", disse André Ventura, perante os aplausos de pé da sua bancada.
Da bancada do PS, ouviu-se "isso é crime" e todos os partidos de esquerda contestaram o facto de o presidente então em exercício do parlamento, o socialista Marcos Perestrelo, tenha autorizado aquilo que diziam ser um "número para ser replicado em redes sociais", quando não se sabe sequer qual o tipo de nacionalidade desses menores.
Marcos Perestrelo disse que os nomes não permitiam identificar as crianças em causa, uma posição secundada pelo presidente da Assembleia, José Pedro Aguiar-Branco.
Na véspera, a deputada Rita Matias leu igualmente, num vídeo no Tik Tok, os nomes de alunos com nomes e apelidos estrangeiros dessa lista.
No debate parlamentar, André Ventura disse que a lista era "pública", mas Rita Matias admitiu posteriormente que não tinha confirmado a "veracidade" dos nomes.
Questionado sobre isto, esta quarta-feira Ventura diz apenas que se a lista "fosse os pais não iam fazer queixa".
[Notícia atualizada às 13h12]
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