António José Seguro reagiu esta quarta-feira aos despejos em Loures. Para o candidato à presidência da República este é um problema que precisa de soluções rápidas e, mais grave ainda, é o facto de se tratar de um problema estrutural, defendeu.
"O país erradicou as barracas há muitos anos. Não podemos retroceder. Apelo ao Governo para que faça uma reunião de imediato para resolver o problema", começou por dizer o socialista em declarações aos jornalistas.
“Há problemas, tem de haver soluções. Há problemas urgentes, tem de haver soluções urgentes. Há um problema estrutural, tem de ser resolvido”, defendeu, referindo que este último é “a causa de tudo isto”.
"Há ausência de habitações a preços acessíveis quer para quem quer arrendar, como para quem quer comprar", referiu, considerando que este é o maior problema da habitação em Portugal.
Confrontado especificamente sobre o que pensa da decisão de Câmara Municipal de Loures em despejar várias famílias do bairro do Talude Militar, António José Seguro começou por lembrar que "o tribunal deu razão a uma providência", mas acabou por lembrar que “todos nós precisamos de ter um teto para dormir e para viver com dignidade”.
“Há determinadas políticas e decisões de natureza social que têm de ser decididas com a cabeça, mas tomadas com o coração”, atirou.
Recorde-se que a demolição de construções ilegais num bairro de Loures, autarquia presidida pelo socialista Ricardo Leão, instalou a polémica nos últimos dias e abriu já um debate dentro do próprio Partido Socialista (PS).
Numa carta aberta, ex-governantes e deputados do PS manifestaram "profunda indignação e preocupação" com "a demolição do teto de dezenas de famílias".
Já o Secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, disse ter sido informado, pela Câmara de Loures, que foram tomados "todos os cuidados" com as pessoas afetadas pela demolição de construções ilegais.
"Garantem-me da Câmara Municipal de Loures que todos os cuidados houve em relação ao diálogo que foi feito com os respetivos cidadãos que foram confrontados com esta decisão. Garantem-me isso e, portanto, quero crer que assim foi", disse o líder do PS.
A autarquia de Loures, presidida pelo socialista Ricardo Leão, iniciou na segunda-feira uma operação de demolição de 64 habitações precárias, onde vivem 161 pessoas, no Talude Militar.
O Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa aceitou entretanto, provisoriamente, uma providência cautelar interposta por uma advogada em representação de 14 moradores do bairro - quando, pelo menos, 54 casas tinha já sido demolidas.
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