O comandante dos Bombeiros Voluntários de Vila Pouco de Aguiar, Hugo Silva, adiantou, durante a tarde desta quinta-feira, que o fogo já foi "dominado", se os trabalhos correram favoravelmente" e que há registo de três feridos ligeiros - dois bombeiros e um popular.
"Está o incêndio dominado a esta hora", afirmou o comandante Hugo Silva à Lusa, garantindo também que os meios se vão manter no terreno em trabalhos de rescaldo e atentos aos pontos quentes e a reativações.
Referiu ainda que foi "um combate difícil devido ao vento forte e à orografia e ao fumo".
Mais cedo, em declarações à SIC Notícias, o comandante salientou que, durante todo o dia, foram empenhados "meios aéreos em rotação", por forma a terem "sempre meios aéreos no local", ressalvando que "foi uma estratégia fundamental".
"Com o apoio dos meios terrestres, que foram reforçados ao longo do tempo, conseguimos acompanhar e resolver os flancos que estavam ativos", continuou.
Perguntado sobre se houve casas ou campos agrícolas atingidos, Hugo Silva disse que "alguns campos agrícolas foram atingidos", mas que a nível de habitações não tem "conhecimento que tenham havido estragos".
"Existem dois bombeiros feridos ligeiros que foram evacuados por precaução por exaustão e temos um popular que foi também evacuado - ferido ligeiro - por inalação de fumo", sublinhou.
O incêndio deflagrou numa aérea de povoamento florestal na freguesia do Alvão, que depois se desenvolveu na serra, no concelho de Vila Pouca de Aguiar. O alerta foi dado pelas 10h00.
A serra do Alvão integra os concelhos de, Vila Pouca de Aguiar, Ribeira de Pena, Vila Real e Mondim de Basto, tendo sido atingida nestes dois últimos concelhos por um outro incêndio que deflagrou no sábado e entrou em resolução na manhã de quarta-feira.
De acordo com o site da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), estão no local 220 operacionais, apoiados por 67 viaturas e cinco meios aéreos.
Balanço (até 5 de agosto) feito pela Liga dos Bombeiros
De acordo com os dados publicados no 'site' da Liga dos Bombeiros Portugueses, os profissionais que ficaram feridos e o bombeiro que morreu, entre 01 de janeiro e 05 de agosto, estavam em serviço, tendo os casos acontecido na sequência de despistes ou de combate a incêndios.
"Este nível de sinistralidade, mesmo que nalguns casos ligeira, é apontado pela LBP como motivo sério de monitorização dos seguros, dos valores e abrangência em causa", lê-se na nota publicada.
Quantos hectares arderam desde o início do ano?
Os incêndios florestais já consumiram este ano quase 42 mil hectares, oito vezes mais que no mesmo período de 2024 e o valor mais elevado desde 2022, segundo o Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR).
As estatísticas do SGIFR, da responsabilidade da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), dão conta que desde 01 de janeiro registaram-se 5.211 incêndios que provocaram 41.644 hectares de área ardida.
O portal do SGIFR avança que 72% da área ardida e 53% dos fogos deste ano verificaram-se na região Norte, onde os incêndios têm ocorrido com mais intensidade na última semana nos distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real e Porto.
Situação de alerta mantém-se até dia 13 de agosto
A ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, anunciou esta quinta-feira que a situação de alerta se prolonga até 13 de agosto. Face à situação, "continuam-se a vigorar mesmas proibições e impedimentos já existentes quanto a atividades agrícolas e recreativas em meios rurais."
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