Sindicato queixa-se de sobrecarga de trabalho nas maternidades de Coimbra

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) disse hoje que os enfermeiros das maternidades Daniel de Matos e Bissaya Barreto da Unidade local de Saúde (ULS) de Coimbra estão exaustos física e psicologicamente devido à sobrecarga de trabalho.

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Lusa
07/08/2025 18:03 ‧ há 3 horas por Lusa

País

Coimbra

"Se já durante o ano os recursos humanos são reconhecidamente insuficientes, neste momento de encerramentos, as duas maternidades de Coimbra são o resultado prático e objetivo de um acumular de trabalho indesmentível", salientou hoje aquela estrutura sindical, em comunicado.

 

Segundo o SEP, as condições de trabalho deficientes e circunstâncias tremendamente difíceis "só são ultrapassadas pelo esforço, profissionalismo, dedicação e pela qualidade dos cuidados de todos os profissionais que têm evitado situações graves, com enormes riscos para as mulheres, os bebés e também para os próprios profissionais".

O sindicato frisou que a escassez de recursos humanos e o envelhecimento das equipas é outra das dificuldades das maternidades em cumprir com as escalas, cujos profissionais de saúde "são sobrecarregados com horas extraordinárias e consequentemente com ritmos de trabalho desumanos".

"Aos profissionais são subtraídos os seus direitos laborais para colmatar este problema com escalas/horários com ritmos alucinantes, num esforço incansável de quem se já encontra no limite", denunciou.

De acordo com o SEP, foram afetadas a estas maternidades algumas enfermeiras vindas da ULS da Região de Leiria, mas que não resolvem problema estrutural nenhum.

"O trabalho, (também extraordinário) que estas profissionais irão realizar, sem qualquer período de integração, é um trabalho 'à peça', afastado da visão global e integrada dos cuidados de enfermagem", refere o comunicado.

Para o sindicato, as duas maternidades de Coimbra devem ser dotadas de condições humanas e físicas para continuarem a ser "unidades de excelência nos cuidados obstétricos, ginecológicos e neonatais" da zona Centro.

Em resposta à agência Lusa, a ULS de Coimbra realçou que tem vindo a registar um aumento significativo na procura dos seus serviços de urgência obstétrica, decorrente de constrangimentos sentidos na rede regional de referenciação.

No entanto, salientou que foi efetuado um reforço excecional das respostas de enfermagem nas maternidades de Coimbra, garantindo a adequada assistência às grávidas e recém-nascidos.

"Todos os enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia da área hospitalar foram alocados às maternidades. Foram também integrados nas equipas todos os enfermeiros em formação especializada nesta área e o corpo de enfermagem foi ainda reforçado com enfermeiros de cuidados gerais, promovendo a resposta às necessidades assistenciais emergentes", afirmou.

Segundo a ULS de Coimbra, a parceria com a congénere da região de Leiria possibilitou o destacamento de mais de uma dezena de enfermeiros e um reforço adicional das equipas que contribuiu para uma melhor gestão da atividade assistencial.

"Paralelamente, está em fase de finalização uma parceria com a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra para a formação especializada de novos enfermeiros em saúde materna e obstetrícia, com vista a fortalecer, de forma sustentável, a capacidade de resposta futura do sistema", acrescentou.

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