Durante a leitura do acórdão, a juíza presidente disse que no essencial resultaram provados todos os factos que vinham imputados ao arguido.
O coletivo de juízes deu como provado que o empresário importou milho vindo do Brasil e, no meio do contentor, vinham 260 quilos de cocaína.
A juíza realçou ainda a forma como a cocaína estava dissimulada, adiantando que foram necessários três dias para retirar o milho e chegar aos sacos da cocaína.
O arguido e a sua sociedade estavam acusados de um crime de tráfico de estupefacientes agravado, mas foram absolvidos deste crime, porque o tribunal não deu como provado qual seria o lucro.
"Estamos a falar de milhões de euros em droga, mas não sabemos qual era o lucro que o senhor iria obter com este transporte", disse a magistrada.
Por esse motivo, o tribunal condenou o arguido por um crime de tráfico de estupefacientes, na forma simples, na pena de sete anos de prisão.
A sociedade foi condenada pelo mesmo crime a 70 dias de multa, à taxa diária de 300 euros, totalizando 210 mil euros.
A juíza referiu ainda que o arguido vai manter-se em prisão domiciliária até esgotar o prazo para recorrer da decisão.
O empresário, que se dedica à compra e venda de cereais, foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) em setembro de 2024, durante a operação "Vira Milho", que resultou ainda na apreensão de 260 quilos de cocaína num armazém em Oliveira de Azeméis.
Na altura da detenção, a Judiciária referiu que a droga apreendida tinha chegado dias antes a Portugal, por via marítima, escondida no interior de um contentor, carregado de milho para moagem, proveniente de um país da América Latina.
Segundo a PJ, caso a droga chegasse aos circuitos ilícitos de distribuição, seria suficiente para a composição de, pelo menos, 1,3 milhões de doses individuais.
[Notícia atualizada às 12h44]
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