Em comunicado, o conselho de administração da unidade local de saúde (ULS) adiantou que decorreu ao final da manhã de hoje uma reunião com o diretor do serviço de ortopedia, Paulo Almeida, e a administradora desta área, na qual "foram consensualizadas medidas a curto prazo".
Segundo os responsáveis da ULS Santa Maria, o objetivo é definir um plano que permita "dar garantias reais de resposta às preocupações" dos médicos, mas também de todo o serviço em geral, de forma a "existirem condições imediatas de reorganização deste importante serviço e de retoma gradual da normalidade".
Paulo Almeida, que se mantém em funções, apresentou a sua demissão, numa altura em que 12 especialistas do serviço apresentaram escusas às horas extraordinárias, um mecanismo que podem recorrer quando esgotam o limite anual de horas de trabalho extra previsto na lei.
Em declarações à Lusa, a presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Joana Bordalo e Sá, alertou que a demissão de Paulo Almeida, mais do que um ato individual, constituiu um "grito de alerta sobre a crise iminente do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que é diária".
Segundo a dirigente sindical, quando 12 especialistas recusam "continuar a suportar o peso das urgências, horas extra atrás de horas extra, um diretor sente que não pode continuar a liderar nestas condições".
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