"Eu não vou ligar para Trump para comercializar, porque ele não quer falar. Mas eu vou ligar a Trump para o convidar para a COP, porque quero saber o que ele pensa da questão climática", disse o chefe de Estado brasileiro, durante uma reunião no Palácio Itamaraty em Brasília.
"Se ele não vier, vai ser porque não quer, mas não vai ser por falta de delicadeza, charme e democracia", insistiu Lula da Silva referindo-se à cimeira que deverá decorrer em novembro na cidade brasileira de Belém do Pará.
Quanto às tarifas de 50% que deverão entrar em vigor na quarta-feira, impostas por Donald Trump a vários produtos brasileiros, Lula da Silva garantiu que o Governo está a preparar "um plano de contingência para mitigar esse ataque injusto e aliviar os prejuízos económicos e sociais".
Na quarta-feira, os Estados Unidos impuseram a Lei Magnitsky a Alexandre de Moraes, dispositivo que impõe sanções económicas por violações graves contra os direitos humanos ou corrupção.
Poucas horas depois, o Presidente norte-americano, Donald Trump, assinou o decreto que oficializa a imposição de tarifas de 50% a vários produtos brasileiros.
As duas decisões foram vistas como intimamente ligadas, tendo como peça central Alexandre de Moraes, relator do processo no qual Jair Bolsonaro e o seu núcleo são acusados de tentativa de golpe de Estado contra a vitória eleitoral de Lula da Silva nas presidenciais de 2022.
De acordo com o Ministério Público, além de discutir com os seus ministros e altos oficiais militares medidas para anular as eleições e até mesmo matar Lula da Silva, Bolsonaro incentivou o ataque às sedes da Presidência, do Congresso e do Supremo Tribunal, promovido por milhares de radicais a 08 de janeiro de 2023, em Brasília.
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