Procuradoria dos EUA avança com processo sobre investigação Trump-Rússia

O Departamento de Justiça norte-americano vai investigar as origens do processo que determinou que a Rússia interferiu a favor de Donald Trump na eleição de 2016, após a recente divulgação pelo executivo de documentos sugerindo motivações políticas.

Donald Trump

© Christopher Furlong/Getty Images

Lusa
05/08/2025 07:29 ‧ ontem por Lusa

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Estados Unidos

Segundo a Fox News e a agência AP, a procuradora-geral Pam Bondi determinou que um procurador apresente perante um grande júri provas encaminhadas pela principal autoridade de informações do executivo Trump, estando em aberto que responsáveis judiciais ou políticos serão alvo do procedimento e de que crimes são suspeitos.

 

No sistema judicial norte-americano, compete a um grande júri determinar se há motivos suficientes para considerar que um crime foi cometido e que um determinado indivíduo deve ser formalmente acusado (indiciado).

Ao contrário dos jurados de um julgamento, o grande júri não determina a culpa ou inocência de um suspeito.

A decisão da procuradora-geral vai ao encontro de queixas antigas de Donald Trump sobre a investigação às suas ligações à Rússia.

A questão foi relançada numa altura em que o executivo é alvo de críticas sobre o tratamento dado aos documentos da investigação sobre tráfico sexual de Jeffrey Epstein, amigo pessoal de Trump ao longo de décadas.

A investigação sobre a interferência russa nas eleições foi conduzida por um procurador especial, Robert Mueller, que obteve múltiplas condenações contra conselheiros e aliados de Trump, mas não apresentou provas de uma conspiração criminosa entre Moscovo e a campanha republicana.

A investigação tornou alvos dos apoiantes de Trump altos funcionários da comunidade de informações e Justiça, incluindo o ex-diretor da agência federal de investigação (FBI) James Comey, que se demitiu em maio de 2017, e o ex-diretor dos serviços de informações (CIA), John Brennan.

No mês passado, o Departamento de Justiça sugeriu uma investigação a Comey e Brennan, sem dar mais detalhes.

Vários conselheiros especiais, comissões do Congresso e o próprio inspetor-geral do Departamento de Justiça estudaram e documentaram um esforço multifacetado da Rússia para interferir nas eleições presidenciais de 2016 a favor de Trump, incluindo uma fuga de e-mails democratas e uma operação secreta nas redes sociais para semear a discórdia e influenciar a opinião pública.

Esta conclusão tem sido agressivamente contestada pelo executivo nas últimas semanas, com a diretora nacional de informações, Tulsi Gabbard, e outros aliados de Trump a divulgarem registos anteriormente confidenciais que lançam dúvidas sobre a extensão da interferência russa e sugerem um esforço da administração Barack Obama para ligar falsamente Trump à Rússia.

Num lote de documentos divulgado no auge das críticas sobre o caso Epstein, Gabbard incluiu e-mails mostrando que altos funcionários da administração Obama sabiam, em 2016, que os russos não tinham pirateado os sistemas eleitorais estaduais para manipular os votos a favor de Trump, embora nunca tenha sido alegado por aqueles que foram adulterados votos, mas sim outras formas de interferência eleitoral e influência estrangeira.

O desenvolvimento no caso surge dois dias depois de uma agência de fiscalização independente abrir uma investigação por atividade política ilegal ao conselheiro especial do Departamento de Justiça Jack Smith, que apresentou em 2024 dois processos penais contra o então candidato presidencial Donald Trump.

O Gabinete do Conselheiro Especial confirmou estar a investigar Jack Smith por alegações de que este se envolveu em atividades políticas enquanto investigava Trump antes da sua eleição para a Casa Branca, no ano passado.

Não foi clarificado em que assentam as alegações de que as investigações de Jack Smith eram de natureza política ou que ele violou a Lei Hatch, uma lei federal que proíbe determinados funcionários públicos de se envolverem em atividades políticas.

Smith apresentou dois casos contra Trump: um acusando-o de conspirar para anular os resultados das eleições presidenciais de 2020 -- em que perdeu para Biden - e outro acusando-o de acumular documentos confidenciais na sua propriedade de Mar-a-Lago, na Florida.

As ações foram interpostas em 2023, mais de um ano antes das presidenciais de 2024, e as acusações nos dois casos citaram o que Smith e sua equipa descreveram como claras violações de uma lei federal bem conhecida.

Ambos os processos foram abandonados por Smith após a vitória de Trump em novembro de 2024, invocando o procurador a política de longa data do Departamento de Justiça que proíbe a acusação de um Presidente em exercício.

Leia Também: Trump aumenta taxas à Índia por comprar petróleo russo

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