Implosão do Titan "podia ter sido evitada", conclui investigação

Dois anos após a implosão do submersível Titan, marinha revela conclusão sobre as causas da tragédia. Segundo o relatório, o CEO da empresa responsável pela expedição poderia ter evitado o sucedido.

Submarino Titan

© OceanGate Expeditions/Handout via REUTERS

Andrea Pinto
05/08/2025 14:51 ‧ há 2 horas por Andrea Pinto

Mundo

OceanGate

O CEO da OceanGate, Stockton Rush, que morreu durante a impulsão do submersível, em junho de 2023, terá ignorado as informações que davam conta do estado do aparelho, conclui um relatório da Guarda Costeira norte-americana.

 

O estudo, de 335 páginas, revelado esta terça-feira, indica que o OceanGate tinha práticas de segurança com "muitas falhas" e uma cultura tóxica no local de trabalho. Refere ainda que "negligência" do empresário contribuiu para a morte das pessoas a bordo.

"A falta de supervisão por terceiros e de funcionários experientes da OceanGate durante as operações do Titan em 2023 permitiu que o diretor executivo da OceanGate ignorasse completamente inspeções vitais, análises de dados e procedimentos de manutenção preventiva, culminando num evento catastrófico", lê-se no documento, citado pelo The Independent.

O responsável da guarda costeira, Jason Neubauer, afirmou em conferência de imprensa que, após dois anos de investigação à tragédia, a perda das cinco vidas na implosão "era evitável".

A investigação considerou, ainda, que os principais factos que levaram ao sucedido foram "o design inadequado, os processos de certificação, manutenção e inspeção".

Recorde-se que o Titan tinha sofrido mais de cem problemas de equipamento nos dois anos que antecederam o acidente fatal.

Tony Nissen, que foi contratado em 2016 como diretor de engenharia da OceanGate, testemunhou no ano passado que a sua relação com o diretor executivo, Stockton Rush, "azedou" quando o Titan estava a ser concluído no início de 2018 e preparado para ser submetido a testes. Nesse ano, o submersível foi atingido por um raio, disse Nissen, comprometendo o seu casco experimental de fibra de carbono.

Além disso, Nissen disse que havia também uma fissura no casco, que não acreditava ser recuperável e, por isso, recusou-se a dar luz verde a uma expedição planeada para o ano seguinte. Acabou despedido. 

Tragédia em junho de 2023

Recorde-se que o submersível Titan desapareceu a 18 de junho de 2023, com cinco milionários a bordo, durante uma visita aos destroços do Titanic. Após quatro dias de buscas, as autoridades anunciaram que o Titan tinha implodido e todos os passageiros estavam mortos.

A expedição que terminou em tragédia foi organizada pela empresa de turismo marítimo OceanGate Expeditions, cujo diretor-executivo, Stockton Rush, era o piloto do submarino e uma das vítimas do acidente.

Titan implodiu há um ano com 5 milionários a bordo. Recorde a tragédia

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Durante dias, o mundo esteve de olhos postos nas buscas ao submarino que fazia uma expedição aos destroços do Titanic. No entanto, o pior cenário viria a confirmar-se. Corpos nunca foram recuperados.

Notícias ao Minuto | 09:30 - 18/06/2024

Além dele, também morreram na implosão do Titan o empresário paquistanês Shahzada Dawood e o filho, Suleman Dawood, assim como o milionário Hamish Harding e o ex-comandante da Marinha Francesa Paul-Henry Nargeolet, especialista no naufrágio do Titanic.

O Titan tinha 6,5 metros de comprimento por 3 de largura, pesava mais de 10 toneladas e era feito de fibra de carbono e titânio. Viajava a uma velocidade de 5,5 km/h e era impulsionado por quatro propulsores.

Em fevereiro deste ano, foi revelada uma gravação do interior do submersível, e que provava que a implosão terá corrido pelas 9h34 locais, cerca de 90 minutos depois de o Titan ter submergido, por volta das 8h00, ao largo da costa da Terra Nova, no Canadá. 

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