O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, terá ordenado a ocupação militar de toda a Faixa de Gaza, e para esta semana - possivelmente para esta terça-feira - estará ainda agendada uma reunião com o gabinete de segurança para que sejam decididos os próximos passos.
A informação foi avançada na segunda-feira, por vários meios de comunicação israelitas, incluindo o Ynet e o Jerusalem Post. Segundo uma fonte próxima do assunto, foi dito em relação a este assunto: "Os dados estão lançados - vamos para a conquista total".
Note-se que o plano que Netanyahu terá colocado em cima da mesa não exclui as zonas em que os reféns do Hamas, israelitas, estão - o que significaria que avançar com o ataque colocaria os próprios israelitas no local em risco de vida. Uma fonte próxima do assunto disse à CNN Internacional que a parte da defesa discordou deste plano, exatamente por colocar em risco os reféns israelitas.
"Vão haver operações mesmo em áreas onde os reféns estão. Se o chefe do Estado-Maior do Exército discorda, deve demitir-se", terá sido dito pelos decisores, que se referiam ao general Eyal Zamir.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Gideon Sa'ar, foi questionado sobre a possibilidade de os ataques serem aumentados no território, respondendo que havia um "desejo de ver todos os reféns retornarem e o desejo de ver o fim desta guerra após o fracasso das negociações para um acordo parcial."
A CNN Internacional dá conta de que não é claro se esta abordagem está relacionada com a reunião com o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff. Note-se também as negociações com o Hamas, através de mediadores, não estão a decorrer de forma frutífera.
Nas últimas semanas, a fome em Gaza tem estado cada vez mais a descoberto, com fotografias da desnutrição em Gaza e histórias de crianças que morrem com menos peso do que com que nasceram a fazerem manchetes.
Já nos últimos dias, o Hamas publicou um vídeo no qual apareciam dois reféns, Evyatar David e Rom Braslavski. Os dois jovens aparecem desnutridos e um deles é visto com uma pá e diz que está a "cavar a própria sepultura". Na edição, misturada com as imagens de crianças desnutridas em Gaza, é colocada a frase: "Eles comem o que nós comemos."
A imprensa internacional dá conta de que há cerca 50 reféns ainda em Gaza, e que se acredita que 20 estão vivos, como é o caso dos jovens que foram gravados.
Netanyahu reagiu a estas imagens e disse que parecia que o Hamas "não queria um acordo", mas sim quebrar Telavive com as "imagens horríveis e uma propaganda que estão a espalhar no mundo."
Já no fim de semana, milhares saíram à rua em Israel para colocar pressão no governo israelita, e o pai de um dos reféns acima citados disse: "O meu filho está a morrer. Vi isso com os meus próprios olhos. E o primeiro-ministro também viu isso. Ele sabe da situação dos reféns e, mesmo assim, escolhe uma e outra vez não o salvar."
Leia Também: Jornalistas exigem acesso a Gaza para "reportar de forma independente"