Tailândia e Camboja concordam com cessar-fogo "imediato e incondicional"

A informação foi avançada pelo primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim.

tailândia camboja malásia

© MOHD RASFAN/POOL/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto
28/07/2025 11:09 ‧ há 7 horas por Notícias ao Minuto

Mundo

Tailândia/Camboja

A Tailândia e o Camboja alcançaram um “cessar-fogo imediato e incondicional” que vai começar à meia noite, hora local. A informação foi avançada pelo primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, que recebeu as delegações dos dois países para mediar as negociações.

 

Em conferência de imprensa, Ibrahim, citado pelo BBC news, afirmou que “este foi um primeiro passo vital para desescalar o conflito e restaurante a paz e a segurança” na região.

Do lado cambojano, também foi deixada uma palavra positiva sobre a reunião, com o primeiro-ministro do Camboja a afirmar que tiveram uma “reunião muito boa” e que espera que os confrontos possam parar “de imediato”, realçando que mais de 300 mil pessoas nos dois países estão deslocadas.

Camboja está confiante com o cessar-fogo

Hun Manet disse ainda estar confiante que os resultados da conversa vão “fornecer muitas oportunidades para que centenas de milhares de pessoas regressem à normalidade”. E acrescenta: “está na altura de começar a reconstruir a confiança entre o Camboja e a Tailândia”.

De fora do discurso também não ficaram de fora os agradecimentos, nomeadamente ao primeiro-ministro da Malásia, a Donald Trump e ainda ao governo chinês pelo trabalho de mediação no conflito.

O seu homólogo tailandês também teve direito a uma palavra, com Hun Manet a agradecer o seu envolvimento “construtivo” nas conversas de paz.

Tailândia está "comprometida" com a paz

Já o discurso do primeiro-ministro tailandês Phumtham Wechayachai fez um discurso mais curto, afirmando que o cessar-fogo foi alcançado “de boa fé” e que a Tailândia está comprometida com a paz.

Na manhã seguinte à entrada em vigor do cessar-fogo, ou seja, esta terça-feira, os comandantes militares vão ter uma “reunião informal” por volta das 7h locais. Vai ser seguida por uma reunião de adendas à defesa, no dia 4 de agosto, liderada pelo presidente da Associação de Nações do Sudeste Asiático.

O que causou os confrontos?

Após semanas de tensão, os exércitos da Tailândia e do Camboja entraram em confronto a semana passada numa zona fronteiriça disputada, um dia depois de um soldado tailandês ter perdido a perna direita ao pisar uma mina terrestre em território fronteiriço, em Ubon Ratchathani.

Este foi já o segundo incidente do género este mês, e levou a Tailândia a retirar o embaixador no Camboja e a expulsar o embaixador cambojano em Banguecoque.

As autoridades tailandesas responsabilizam o Camboja pela instalação de minas terrestres em território tailandês, o que, segundo Banguecoque, constitui uma violação da Convenção de Otava, acordo internacional que proíbe o uso, o armazenamento, a produção e a transferência de minas terrestres antipessoal, de acordo com a emissora pública Thai PBS.

A tensão entre os dois países  já é antiga

Banguecoque e Phnom Penh estão envolvidas numa disputa territorial de longa data na fronteira partilhada, que se intensificou desde o final de maio, quando um soldado khmer morreu num tiroteio numa zona conhecida como Triângulo Esmeralda, fronteira comum entre Camboja, Tailândia e Laos.

No dia seguinte ao tiroteio, os exércitos tailandês e cambojano concordaram em reduzir as tensões, mas Phnom Penh manteve tropas na zona, apesar dos pedidos de retirada de Banguecoque que decidiu, então, assumir o controlo da "abertura e encerramento" de todas as fronteiras com o Camboja, por considerar existir uma "ameaça à soberania e segurança da Tailândia", disseram, na altura, as autoridades tailandesas.

A decisão não afetou o comércio e os trabalhadores cambojanos continuavam autorizados a entrar na Tailândia.

Em junho, contudo, Banguecoque fechou temporariamente dois postos fronteiriços com o Camboja, na província tailandesa de Chanthaburi (leste), num contexto de tensões mútuas.

Leia Também: Tailândia alerta que confrontos com Camboja podem "tornar-se uma guerra"

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas