O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse, esta segunda-feira, que nunca visitou a ilha de Jeffrey Epstein e voltou a afirmar que a sua ligação ao caso é uma "farsa".
Questionado pelos jornalistas se o procurador-geral lhe tinha dito que o seu nome constava nos 'Ficheiros Epstein', Donald Trump - que se encontra em Turnberry, na Escócia - salientou, novamente, que a sua ligação ao caso é uma "farsa" que foi construída "muito além da proporção".
Disse ainda que os ficheiros foram executados "pela pior escumalha na terra", referindo-se, por exemplo, a Joe Biden e acrescentou que se houvesse algo contra ele isso teria sido tornado público quando estava a fazer campanha para as eleições.
O tema Epstein continuou e Trump revelou que esteve sem falar com o investidor "durante anos". "Ele fez algo inapropriado, contratou ajuda e eu disse: 'nunca mais faças isso'".
"Ele 'roubou' pessoas que trabalhavam para mim. Eu disse: 'nunca mais faças isso' e fez novamente. E eu mandei-o embora. Persona non-grata. Foi só isso e ainda bem que o fiz, se querem saber", referiu.
E acrescentou: "Para que conste, nunca fui à ilha [de Epstein].
Donald Trump notou que o antigo presidente norte-americano, Bill Clinton, terá ido à ilha "28 vezes" e que o ex-secretário do Tesouro, Larry Summers, também lá esteve, assim como "outras pessoas conhecidas, mas ninguém fala sobre isso".
"Nunca tive esse privilégio de ir à ilha dele. Eu recusei, mas muita gente foi convidada. Num dos meus melhores momentos, eu recusei. Eu não queria ir", sublinhou.
Recorde-se que o The Wall Street Journal (WSJ) publicou que Trump fora informado em maio por funcionários do DOJ que o seu nome aparece "várias vezes" nos arquivos do caso contra o pedófilo Jeffrey Epstein.
Numa "reunião informativa de rotina", onde este não era o tema central, Bondi e a sua equipa terão informado Trump de que os ficheiros continham o que consideravam "rumores não verificados sobre muitas pessoas, incluindo Trump, que tiveram contacto com Epstein no passado", refere o jornal.
De acordo com o mesmo meio, uma das fontes com conhecimento dos documentos afirmou que estes "incluem centenas de outros nomes".
Donald Trump, que tem estado sob pressão dos seus apoiantes para cumprir a promessa de divulgar toda a informação sobre o caso, negou que tivesse sido informado sobre a presença do seu nome nos arquivos.
A Casa Branca classificou como "notícias falsas" as informações avançadas também pela CNN e The New York Times.
De acordo com o jornal, foi Ghislaine Maxwell quem recolheu cartas de Trump e de outros parceiros de Epstein para as incluir num álbum como presente.
De notar que Trump processou o WSJ, a News Corp, grupo que inclui o jornal, e o seu proprietário, Rupert Murdoch, por divulgar a alegada carta a Epstein.
Jeffrey Epstein morreu na prisão, em 2019, numa altura em que estava acusado de controlar um esquema de tráfico sexual e abuso sexual de menores, tendo, alegadamente, criado uma rede para abusar de dezenas de meninas na sua mansão de Nova Iorque e numa outra situada na Florida. Os investigadores confirmaram a morte de Epstein por suicídio numa prisão de Nova Iorque.
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