Prestadores de cuidados de saúde dos EUA processam governo por cortes

O governo norte-americano está a ser processado por prestadores de cuidados de saúde afetados pelos cortes de financiamento ao planeamento familiar previstos no pacote legislativo orçamental do Presidente Donald Trump.

Leaked report indicates Supreme Court poised to overturn Roe v. Wade

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Lusa
16/07/2025 20:14 ‧ há 6 horas por Lusa

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A ampla reforma política e tributária do Presidente republicano contém uma medida que impede que os fundos do Medicaid, programa de assistência de saúde aos mais desfavorecidos, se destinem a associações com as características da Planned Parenthood, a maior prestadora de serviços de aborto do país, mas que se aplicam a outros prestadores de serviços de saúde, que já estão a ser afetados.

 

É o caso da Maine Family Planning que, segundo a AP, avançou hoje com uma ação judicial contra a legislação - batizada por Trump como "grande e bela lei" -- e exigindo a reposição do financiamento.

O acesso a cuidados de saúde no Maine - um dos estados mais pobres e mais rurais do nordeste dos Estados Unidos -- é limitado em áreas distantes dos centros populacionais.

"Sabendo como é difícil ter acesso a cuidados de saúde neste estado, é cruel não permitir que esses membros da comunidade tenham acesso aos seus cuidados", disse Vanessa Shields-Haas, enfermeira do Maine Family Planning, citada pela AP.

O pacote legislativo de Trump foi aprovado pelo Congresso e promulgado pelo Presidente no início deste mês.

Embora os defensores da medida se tenham concentrado na Planned Parenthood, o projeto de lei não a menciona especificamente.

Em vez disso, são cortados os reembolsos a organizações que se dedicam principalmente a serviços de planeamento familiar - que geralmente incluem contraceção, aborto e testes de gravidez - e receberam mais de 800 mil dólares (688 mil euros) do Medicaid em 2023.

O Centro para os Direitos Reprodutivos, que representa a Maine Family Planning no processo, afirma que o corte de financiamento nega à organização a igualdade de proteção perante a lei, privando-a de financiamento, mas não outras organizações que prestam serviços semelhantes.

"O governo prefere derrubar uma rede de segurança estadual a permitir que uma paciente faça um exame de rastreio de cancro numa instituição que também oferece serviços de aborto", afirmou à AP Meetra Mehdizadeh, advogada do Centro para os Direitos Reprodutivos.

Alvo dos grupos anti-aborto, que dispõem de significativa influência junto do Partido Republicano, a Planned Parenthood tem vindo a ser visada pelo executivo Trump e por estados de maioria conservadora.

Com a sua decisão histórica de junho de 2022, que anulou a garantia federal do direito ao aborto, o Supremo Tribunal concedeu aos estados total liberdade para legislar nesta área.

Desde então, cerca de vinte estados proibiram o aborto, quer seja realizado por medicação ou cirurgia, ou regulamentaram-no de forma bastante rigorosa.

No final de junho, o Supremo Tribunal confirmou a retirada pela Carolina do Sul do financiamento público da Planned Parenthood, abrindo caminho a decisões semelhantes noutros estados conservadores.

O caso não aborda diretamente o direito ao aborto, que na Carolina do Sul é permitido nas primeiras seis semanas de gravidez, mas sim o corte de fundos para as organizações que o praticam.

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