NATO avisa Brasil, China e Índia para retaliação tarifária por negócios com Rússia

O secretário-geral da NATO advertiu hoje Brasil, China e Índia para possíveis retaliações com tarifas alfandegárias se continuarem a negociar com a Rússia, instando estes países a pressionarem Moscovo para negociar a paz com a Ucrânia seriamente.

NATO Secretary General Mark Rutte speaks on Ukraine on Capitol Hill

© Lusa

Paulo Dias Figueiredo
15/07/2025 19:53 ‧ há 7 horas por Paulo Dias Figueiredo

Mundo

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Numa conferência de imprensa em Washington com os senadores norte-americanos Thom Tillis (republicano) e a Jeanne Shaheen (democrata), Mark Rutte lembrou que na segunda-feira o Presidente norte-americano, Donald Trump, "disse basicamente que, se a Rússia não levar a sério as conversações de paz, dentro de 50 dias imporá sanções secundárias a países como a Índia, a China e o Brasil".

 

Na sua reunião de segunda-feira na Sala Oval da Casa Branca, Trump aumentou a pressão sobre o Presidente russo, Vladimir Putin, ao ameaçar impor "tarifas muito severas" se nesses 50 dias não for alcançado um acordo de paz com a Ucrânia e ao confirmar o envio de novas armas para Kiev.

As "tarifas secundárias", segundo responsáveis da Casa Branca, traduzem-se numa sobretaxa de 100% à Rússia e sanções secundárias a quem comprar petróleo russo.

"Portanto, o meu conselho para estes três países em particular é que, se vive em Pequim ou em Deli, ou se é o Presidente do Brasil, talvez queira dar uma olhadela nisto, porque pode afetá-lo muito duramente", acrescentou Rutte.

O secretário-geral da Aliança Atlântica exortou estes países a ligarem diretamente para Putin, dizendo-lhe "que ele tem de levar a sério as negociações de paz, porque, caso contrário, isso afetará massivamente o Brasil, a Índia e a China".

As tarifas secundárias são impostas a países terceiros ou entidades que comercializam com uma nação sancionada, neste caso a Rússia, que desde que invadiu a Ucrânia em 2022 já sofre restrições financeiras rigorosas impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

Na sua reunião com Rutte na Casa Branca, Trump anunciou para a Ucrânia sofisticados sistemas antimísseis Patriot solicitados pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, cujo custo será assumido pelos aliados europeus, e não pelos Estados Unidos.

Hoje, Rutte afirmou que não abordaram em detalhe o armamento que será enviado através dos parceiros europeus, mas que será tanto "defensivo como ofensivo", e sublinhou que a contagem decrescente de 50 dias já está em curso.

A NATO confirmou hoje que irá coordenar a entrega de armamento à Ucrânia, que os países europeus vão comprar aos Estados Unidos, através da missão de treino e assistência da Aliança Atlântica no território ucraniano (NSATU).

"Os aliados europeus da NATO e o Canadá assumirão o papel principal de financiamento e a NATO coordenará a entrega, incluindo através da NSATU. O equipamento militar incluirá sistemas de defesa aérea, munições e outros equipamentos", indicaram fontes da Aliança à agência noticiosa espanhola Europa Press sobre os planos anunciados por Trump.

O Kremlin afirmou hoje que as declarações do Presidente norte-americano favorecem a continuação da guerra por parte de Kiev.

"Parece que esta decisão tomada em Washington, nos países da NATO e diretamente em Bruxelas será vista por Kiev não como um sinal a favor da paz, mas como um sinal para continuar a guerra", criticou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, aos jornalistas.

"As declarações do Presidente Trump são muito sérias. Parte delas foram dirigidas pessoalmente a Putin. É claro que precisamos de tempo para analisar o que foi dito em Washington. Se ou quando o Presidente Putin considerar necessário, ele comentará", adiantou Peskov. 

Leia Também: NATO vai coordenar "entrega" de armamento à Ucrânia

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