EUA anunciam acordo para parar ataques israelitas contra a Síria

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, anunciou um acordo para parar já hoje à noite os bombardeamentos de Israel contra a Síria.

Israel carries out airstrike on Syrian Defense Ministry in Damascus

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Lusa
16/07/2025 20:23 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

Marco Rubio

"Entrámos em contacto com todas as partes envolvidas nos confrontos na Síria. Acordámos medidas específicas que porão fim esta noite a esta situação preocupante e assustadora", adiantou o chefe da diplomacia norte-americana nas redes sociais.

 

Após os últimos bombardeamentos israelitas hoje em Damasco, o Governo sírio acusou Israel de ser responsável por uma "perigosa escalada e pelas consequências" das hostilidades.

Israel efetuou hoje múltiplos ataques na Síria, incluindo dois na capital, Damasco, contra o quartel-general do exército sírio e outro junto ao palácio presidencial.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) relatou também pelo menos dois ataques de aviões israelitas na cidade de Sweida, no sul da Síria.

A violência em Sweida causou mais de 300 mortes desde domingo, indicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma organização não-governamental (ONG) com sede em Londres e uma vasta rede de contactos em toda a Síria.

Antes do anúncio de Rubio, o governo sírio e líderes da minoria religiosa drusa, apoiada por Israel e espalhada de um lado e de outro da fronteira dos dois países, anunciaram um novo cessar-fogo, após dias de confrontos que ameaçaram desestabilizar a transição política pós-guerra do país do Médio Oriente.

O acordo, disse ainda o secretário de Estado norte-americano, "exigirá que todas as partes cumpram os compromissos que assumiram".

"É isso que esperamos que façam", sublinhou.

Durante o dia, o próprio secretário de Estado norte-americano afirmou que na última noite foi alcançado um cessar-fogo, mas que este foi imediatamente violado.

Hoje, o enviado especial norte-americano para a Síria, Tom Barrack, apelou a todas as partes para "recuarem" e dialogarem com vista a um cessar-fogo na Síria.

Em Israel, os drusos são vistos como uma minoria leal e muitas vezes servem nas forças armadas.

A tensão aumentou depois dos confrontos inter-religiosos, em abril, entre combatentes drusos e forças de segurança nas zonas drusas, perto de Damasco e em Sweida.

Membros de tribos beduínas sunitas de Sweida participaram nos confrontos juntamente com as forças de segurança.

Com cerca de 700.000 habitantes, a província de Sweida alberga a maior comunidade drusa do país, uma minoria do Islão xiita.

As tensões entre drusos e beduínos são antigas e a violência irrompe esporadicamente entre os dois lados.

Muitos drusos que vivem nos Montes Golã, ocupados por Israel desde 1967 e anexados em 1980, provenientes de populações como Majdal Shams, aproximaram-se com bandeiras drusas ao longo do dia de hoje da barreira que separa os dois países e alguns tentaram atravessar para o outro lado.

Depois de o Exército de Israel ter detetado tanto tentativas de "civis israelitas" de aceder ao território sírio pela fronteira oriental do país como de "indivíduos suspeitos" que tentaram entrar em território israelita, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu exortou hoje a comunidade drusa a não atravessar a fronteira com a Síria.

"Vocês são cidadãos de Israel. Não atravessem a fronteira. Estão a arriscar as vossas vidas: podem ser mortos, podem ser sequestrados e estão a prejudicar os esforços do Exército. Portanto, peço-vos: voltem para as vossas casas, deixem as forças armadas agirem", advertiu Netanyahu.

Em Jerusalém, um responsável militar israelita declarou que parte das tropas estacionadas na Faixa de Gaza vai ser reafetada para a fronteira com a Síria.

"Uma das divisões [...] atualmente a operar em Gaza [...] está a preparar-se para ser destacada para a nossa fronteira norte com a Síria", disse o responsável militar a jornalistas durante uma conferência de imprensa.

[Notícia atualizada às 20h35]

Leia Também: Rubio diz que EUA estão "preocupados" e pede fim dos combates na Síria

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