A cidade, com 1,3 milhões de habitantes, caiu duas posições' em relação ao ano passado' no 'ranking' de 100 municípios avaliados anualmente pelo Instituto Trata Brasil. A organização não-governamental avalia a qualidade e a abrangência do abastecimento de água potável e do saneamento básico, entre outros aspetos.
A região amazónica, onde Belém está localizada e que tem uma geografia complicada devido aos muitos rios que a atravessam, é a pior colocada na tabela, com cinco cidades entre as seis com as notas mais baixas.
Em relação à cobertura da rede de esgotos, Belém ocupa a sétima pior posição. Em termos de perdas de água no processo de distribuição, a cidade-sede da COP30 está em penúltimo lugar.
O estudo relaciona a situação do saneamento básico com a falta de investimento público: os 20 melhores municípios gastaram, em média, 176 reais (27 euros) por habitante entre 2019 e 2023, enquanto os 20 piores investiram apenas 78 reais (12 euros) no mesmo período.
Em Belém, o investimento caiu entre 2020 e 2023, de 326 reais (cerca de 50 euros) por habitante para 27 reais (cerca de 4 euros).
Nesse contexto, o anúncio, no final de 2023, de que a cidade vai acolher a COP30 levou os governos federal e regional a lançar projetos multimilionários de saneamento básico que estavam parados há décadas.
O Brasil preside este ano a COP30, num momento crucial para garantir medidas concretas para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus celsius acima dos níveis pré-industriais, estabelecido no Acordo de Paris em 2015.
O acordo prevê uma série de metas para a redução de emissões de gases com efeito de estufa, cuja implementação tem sofrido atrasos e resistências, ao mesmo tempo que o aquecimento global avança. Em janeiro, o centro europeu Copernicus informou que o ano de 2024 foi o mais quente da história e o primeiro a ultrapassar a marca de 1,5 graus celsius de aumento na temperatura média da Terra face os níveis pré-industriais.
A COP30 no Brasil terá de resolver questões relativas ao financiamento aos países em desenvolvimento que ainda estão pendentes e que, segundo especialistas de todo o mundo, se tornarão mais difíceis já que o atual Presidente norte-americano retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris num dos primeiros atos administrativos que assinou depois da posse, como já havia feito em 2017, durante o seu primeiro mandato.
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