"Estamos a trabalhar para impedir que o regime sírio faça mal [aos drusos] e para garantir a desmilitarização da área adjacente à nossa fronteira com a Síria", referiram o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Israel Katz, numa declaração conjunta divulgada pelos dois gabinetes.
Os dois responsáveis instruíram o exército a atacar as forças do regime sírio e visar todas as armas que foram introduzidas em Sweida face "à política de desmilitarização adotada".
"Como parte das diretivas da liderança política, o exército começou recentemente a atacar veículos militares do regime sírio", disseram, por sua vez, as forças armadas israelitas.
A decisão surgiu depois de terem sido "identificados, na segunda-feira, comboios do regime sírio, incluindo veículos blindados de transporte de pessoal e tanques, que se dirigiam para a zona de Sweida".
Além dos ataques diretos, Israel indicou que atacou também os acessos à cidade para impedir a entrada de forças sírias, destacadas para a região para restaurar a ordem.
Israel fez ao todo dois bombardeamentos à cidade, noticiou a agência oficial síria SANA, que confirmou um segundo ataque ocorrido pelas 13:00 (10:00 em Lisboa).
Sweida foi palco de confrontos no domingo, que continuaram até segunda-feira, na sequência do "rapto de um vendedor de legumes druso por beduínos armados que montaram bloqueios na estrada entre Sweida e Damasco", indicou a organização não-governamental (ONG) Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Na segunda-feira, o regime sírio enviou tropas para restaurar a ordem na cidade onde reside a maior comunidade drusa do país, uma minoria esotérica do Islão xiita.
O OSDH afirmou que a tensão aumentou desde os confrontos inter-religiosos, em abril, entre combatentes drusos e forças de segurança nas zonas drusas perto de Damasco e em Sweida, que fizeram mais de 100 mortos. Membros de tribos beduínas sunitas de Sweida participaram nos confrontos juntamente com as forças de segurança.
Com cerca de 700.000 habitantes, a província de Sweida alberga a maior comunidade drusa do país. As tensões entre drusos e beduínos são antigas e a violência irrompe esporadicamente entre os dois lados.
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