Pescado pode render mil milhões de euros por ano à Guiné-Bissau

O presidente da Associação Nacional de Armadores de Pesca Industrial (ANAPI) disse à Lusa que o pescado pode render à Guiné-Bissau mil milhões de euros por ano com investimento e controlo do setor pelo Estado.

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Lusa
17/07/2025 06:22 ‧ há 10 horas por Lusa

Economia

Guiné-Bissau

Rui Alberto Pereira falou à Lusa à margem do II fórum económico empresarial da CE-CPLP (Confederação Empresarial-CPLP), que decorreu em Bissau na quarta-feira, sob o lema: "Segurança alimentar, tecnologia e sustentabilidade", juntando cerca de 100 empresários.

 

O responsável da ANAPI, convidado do fórum, disse ser incompreensível que a Guiné-Bissau não esteja a dedicar atenção ao setor das pescas que considera como motor da economia do país, mais do que o caju, principal produto agrícola e de exportação.

"O pescado da Guiné pode render aos cofres do Estado mil milhões de euros por ano, basta sentarmo-nos e fazer as contas", indicou Rui Pereira, apontando para o negócio que o país faz com a União Europeia (UE).

O dirigente observou que o Estado recebe anualmente da UE 17 milhões de euros, no âmbito de um acordo de pesca, mas que aquela instância ganha 310 milhões de euros, com o pescado comprado à Guiné-Bissau.

Rui Pereira diz serem dados do Eurostat, o serviço estatístico da UE, confirmados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

O responsável guineense defendeu ainda que o país "deixa nos portos senegaleses" cerca de 210 milhões de euros por ano, através do pescado que é desembarcado no Senegal devido à falta de condições de desembarque na Guiné-Bissau.

"Faz a soma e já vamos em 500 e tal milhões de euros que deixam de vir para a Guiné", notou Pereira, que sublinhou ainda a existência de pesca ilegal, "por vezes institucionalizada" nas águas guineenses.

O presidente da ANAPI afirmou que o caminho é investir a nível de uma frota nacional, o que reconhece ser "um investimento pesado", mas que acredita que poderá ajudar a mudar a forma como o setor das pescas é visto na Guiné-Bissau.

Rui Pereira observou que "o peixe em si só já é uma garantia" para qualquer investimento e apontou para o facto de a UE pagar, em antecipação, os fundos de compensação por pescar nas águas da Guiné-Bissau.

O presidente da ANAPI observou que o caju - principal produto de exportação, que rende ao país 210 milhões de euros por ano - só mexe com a economia durante seis meses, enquanto o setor da pesca tem potencial para todo o ano.

Rui Pereira considera ser gritante o desfasamento entre o valor comercial do pescado e do caju na Guiné-Bissau, mas enaltece um relatório do FMI que aconselha o Governo a prestar mais atenção ao setor da pesca na arrecadação de receitas para o Estado.

O responsável da associação de pescadores industriais convidou os empresários da CPLP, "a se juntarem" à Guiné-Bissau na "exploração de muitas potencialidades" que disse existirem no setor das pescas.

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