"O Brasil, por exemplo, não tem sido bom connosco, nada bom", disse Trump no final de um encontro com líderes da África Ocidental na Casa Branca, quando questionado pelos jornalistas sobre o temas da taxas alfandegárias.
"Vamos divulgar um número referente ao Brasil ainda esta tarde ou amanhã de manhã", frisou.
Na mesma ocasião, o Presidente norte-americano sublinhou que a fórmula para as novas tarifas que pretende impor a alguns países parceiros a partir de 01 de agosto é baseada no bom senso.
A trégua tarifária de 90 dias que concedeu, a 09 de abril, para negociar novas tarifas durante este período, deveria expirar hoje, mas na segunda-feira o líder republicano prolongou o prazo até 01 de agosto.
No entanto, desde então, já começou a enviar cartas aos países com os quais ainda não chegou a acordo, avisando-os de que, se não abrirem os seus mercados e eliminarem as tarifas e barreiras alfandegárias, irá impor unilateralmente tarifas adicionais à compra de bens desses países pelos Estados Unidos.
Na segunda-feira, começou a enviar cartas a cerca de 15 países, como o Japão e a Coreia do Sul, com valores que, nalguns casos, mantêm a percentagem fixada no início de abril, mas noutros aumentam ou reduzem-na.
Hoje, anunciou que vai impor tarifas de 20% às importações das Filipinas e taxas entre 25 e 30% ao Brunei, Moldávia, Argélia, Iraque e Líbia.
No caso do Brasil, o valor ainda não foi anunciado, mas surge na sequência da Cimeira de chefes de Estado e Governo dos BRICS (reunião que foi presidente pelo Brasil) e na qual os membros das economias emergentes terem criticado as sanções económicas unilaterais.
Após essa declaração, Trump ameaçou impor uma tarifa aduaneira adicional de 10% aos países que "alinharem" com o bloco e de seguida posicionou-se a favor do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, rival de Lula da Silva nas eleições de 2022.
Em resposta, a presidência brasileira frisou que o país não aceita "interferência ou tutela de quem quer que seja", depois do Presidente norte-americano, Donald Trump, ter dito que o Brasil está a fazer "caça às bruxas" contra Jair Bolsonaro.
"A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja", lê-se numa nota à imprensa assinada pelo Presidente brasileiro, Lula da Silva.
"Ninguém está acima da lei. Sobretudo, os que atentam contra a liberdade e o estado de direito", acrescentou o chefe de Estado brasileiro
Já hoje, depois de uma nota de apoio da embaixada dos Estados Unidos em Brasília ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro convocou o mais alto representante norte-americano no país.
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