O antigo primeiro-ministro português divulgou na rede social X que manteve uma conversa telefónica com o governante iraniano, onde foram abordados temas relacionados com as consequências dos ataques israelitas e norte-americanos de junho.
Masoud Pezeshkian garantiu ao presidente do Conselho Europeu que o Irão continua no Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares e "está pronto para continuar a cooperar com a AIEA".
"Insisti com ele para que não promulgasse a legislação que suspende a cooperação com a AIEA", destacou António Costa.
No início de julho, o Irão anunciou que suspendeu oficialmente a sua cooperação com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), responsável pela segurança nuclear.
António Costa saudou ainda a "disponibilidade do Irão para retomar as negociações com os EUA, o E3 (França, Reino Unido e Alemanha) e a UE (União Europeia)".
"Concordamos que o diálogo é o caminho a seguir para resolver conflitos e garantir que a paz e a calma prevalecem", apontou ainda o político português.
O Irão nega que o seu programa nuclear se destine à produção de bombas atómicas, mas tem vindo a enriquecer urânio até próximo do nível necessário para o fazer.
Israel, Estados Unidos e a generalidade dos países ocidentais defendem que o objetivo da República Islâmica é tornar-se uma potência nuclear.
Os Estados Unidos e o Irão iniciaram negociações a 12 de abril sobre o programa nuclear iraniano, que Washington procura interromper por o considerar uma ameaça.
As negociações foram suspensas a 13 de junho, após uma ofensiva militar lançada por Israel contra o Irão, à qual os Estados Unidos se juntaram a 22 de junho com um bombardeamento das instalações nucleares de Fordo, Natanz e Isfahan.
Depois do ataque norte-americano, as partes concordaram com um cessar-fogo, pondo fim a uma guerra de 12 dias.
Durante o conflito de 12 dias, Israel atacou instalações militares, nucleares e energéticas iranianas, bem como zonas residenciais em Teerão.
O conflito causou a morte de 28 pessoas em Israel e pelo menos 1.060 no Irão, disse na segunda-feira o diretor da Fundação dos Mártires e Veteranos iraniano, Saeed Ohadi, numa entrevista à televisão estatal.
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