PCP critica "gastos militares", Costa atira: "Convença Rússia a parar"

O antigo primeiro-ministro, António Costa, desafiou o eurodeputado comunista João Oliveira a convencer "a Rússia a parar a invasão e a parar a guerra" na Ucrânia, durante a sessão plenária desta quarta-feira.

António Costa

© Getty Images/Philipp von Ditfurth/picture alliance

Daniela Filipe
09/07/2025 19:37 ‧ há 8 horas por Daniela Filipe

Mundo

Ucrânia/Rússia

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, desafiou o eurodeputado João Oliveira a convencer “a Rússia a parar a invasão e a parar a guerra” na Ucrânia, depois de o comunista ter criticado os “gastos militares” da União Europeia (UE) e da NATO no conflito.

 

“Senhor António Costa, o que esta reunião do Conselho Europeu nos traz não nos serve. Continuação definida da guerra na Ucrânia, gastos militares a aumentar ao ritmo dos tambores da guerra da NATO, um sem fim de dinheiro e de facilidades para a corrida às armas com o pacote Omnibus, para a indústria do armamento”, disse o eurodeputado do Partido Comunista Português (PCP), João Oliveira, na sua intervenção durante o debate sobre as conclusões da reunião do Conselho Europeu de 26 de junho deste ano.

Ao tomar a palavra, o antigo primeiro-ministro dirigiu-se diretamente ao parlamentar e frisou que “a única razão pela qual a guerra não acabou é porque a Rússia continua a invasão da Ucrânia”.

“Senhor deputado João Oliveira, ninguém deseja mais a paz do que os próprios ucranianos. Ninguém deseja mais a paz do que aqueles que sofrem todos os dias os ataques da Rússia. Mas, se quer a paz, só há uma coisa a fazer: convencer a Rússia a parar a invasão e a parar a guerra”, atirou.

E acrescentou: “Quando falamos do direito internacional no Médio Oriente e em Gaza, não podemos deixar de falar do direito internacional na Ucrânia. O direito internacional é muito claro: o direito à soberania, à integridade territorial, à estabilidade das fronteiras internacionalmente reconhecidas são direitos que estão inseridos na Carta das Nações Unidas que têm de ser defendidos em todos os locais e, também, na Ucrânia. Não há nenhuma razão para que a Ucrânia seja uma exceção.”

Saliente-se que, esta quarta-feira, os eurodeputados condenaram “veementemente os crimes de guerra cometidos pela Rússia na Ucrânia” e manifestaram o seu “apoio firme” às investigações do Tribunal Penal Internacional (TPI).

“Na resolução, aprovada esta quarta-feira com 505 votos a favor, 77 votos contra e 45 abstenções, os eurodeputados afirmam que a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, lançada em fevereiro de 2022, destruiu a paz e a estabilidade na Europa e comprometeu gravemente a segurança mundial. O texto refere que que a Rússia continua a ser a ameaça mais significativa e direta à segurança europeia”, lê-se, num comunicado divulgado pelo Parlamento Europeu.

Costa insiste que é

Costa insiste que é "uma ilusão" segurança na UE sem investir em Defesa

"A invasão russa da Ucrânia abriu os olhos à Europa, demonstrou que paz sem defesa é uma ilusão", disse António Costa, durante um debate sobre as conclusões do último Conselho Europeu, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo (França).

Lusa | 09:35 - 09/07/2025

A mesma nota assegurou ainda que, na ótica dos eurodeputados, “a Rússia é a única responsável pela sua guerra de agressão”, pelo que “não pode haver impunidade por violações dos direitos humanos, crimes de guerra ou outras violações do direito internacional cometidas por forças e funcionários russos”.

“Perante os brutais ataques da Rússia contra civis e os ataques indiscriminados contra infraestruturas civis na Ucrânia, os eurodeputados manifestam profunda indignação e sublinham que a perseguição sistemática e deliberada de civis e, em particular, a deportação de crianças, podem constituir uma estratégia de genocídio orquestrada por Moscovo”, complementaram.

Os responsáveis apelaram também a Moscovo para que “proceda de imediato a uma troca abrangente de prisioneiros de guerra”, ao mesmo tempo que consideraram que a UE e os seus parceiros “devem envidar esforços e aplicar medidas substancialmente mais eficazes a nível militar, económico, político e diplomático”, por forma a alcançar “um cessar-fogo duradouro”.

Os eurodeputados instaram ainda o bloco europeu a confiscar bens estatais russos imobilizados ou a usá-los para apoiar a defesa da Ucrânia, já que "a falta de ação é um fracasso indesculpável por parte dos governos europeus".

Leia Também: Rússia? "Terrorismo contra a população civil" da Ucrânia

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