Um telegrama enviado pelo gabinete de Rubio a funcionários do Departamento de Estado, cujo conteúdo foi revelado pelo The Washington Post na terça-feira, refere que o indivíduo "contactou pelo menos cinco pessoas de fora do Departamento, incluindo três autoridades estrangeiras, um governador dos EUA e um congressista".
As autoridades desconhecem ainda a identidade do impostor, que se acredita ter tentado manipular os seus interlocutores para "obter acesso a informações ou contas", segundo o documento, datado de 03 de julho.
As tentativas de 'phishing' foram confirmadas ao The Post por um alto funcionário do Departamento de Estado e terão começado em meados de junho através de aplicações de mensagens de texto como o Signal, um método de comunicação seguro amplamente utilizado por membros do governo norte-americano.
A porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, confirmou o caso e afiançou que a equipa de Rubio "leva este assunto muito a sério" e está a trabalhar para "evitar futuros incidentes" deste tipo.
"Neste momento, é difícil partilhar detalhes. Não posso fornecer mais detalhes sobre as ações que estamos a tomar ou aquelas que serão tomadas, mas vocês descobrirão quando isso acontecer", acrescentou Bruce.
O impostor criou uma conta com o nome de utilizador "[email protected]" para tentar enganar diplomatas e políticos estrangeiros e norte-americanos.
"O indivíduo deixou mensagens de voz no Signal a pelo menos duas pessoas e, numa ocasião, enviou-lhes uma mensagem de texto a convidá-las a comunicar", refere o telegrama do Departamento de Estado, que afirma ainda que outros funcionários daquela organização também foram ludibriados através de um e-mail fraudulento.
Questionado pelo Post, o Departamento de Estado não partilhou detalhes sobre as comunicações ou os funcionários envolvidos, mas insistiu que iria "realizar uma investigação completa" e continuaria "a implementar medidas de segurança para evitar que tal voltasse a acontecer".
A tentativa de se fazer passar por Rubio ocorreu após vários incidentes de segurança envolvendo altos funcionários do governo do Presidente Donald Trump.
Em maio, um indivíduo obteve acesso ao telefone da chefe de gabinete da Casa Branca, Susie Wiles, utilizando-o para fazer-se passar por ela e ligar e enviar mensagens de texto a senadores, governadores e executivos de empresas, desencadeando uma investigação do FBI, de acordo com o The Wall Street Journal.
Nos EUA, fazer-se passar por um funcionário ou autoridade federal com o propósito de enganar ou obter algo em troca é um crime que implica uma pena de até três anos de prisão.
Foi também na aplicação de mensagens Signal que se deu um escândalo político em março, quando um jornalista foi adicionado por engano a um grupo onde vários altos funcionários da administração Trump, incluindo o secretário da Defesa, Pete Hegseth, partilhavam informações militares altamente confidenciais.
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