O Hamas anunciou, esta quarta-feira, que vai libertar dez reféns, enquanto esforços para um cessar-fogo com Israel decorrem.
A notícia é avançada pelo grupo islamita, que, citado pela imprensa internacional, dá conta de que as negociações para o cessar-fogo - que ainda decorrem - estão a ser "difíceis" devido à "intransigência" de Israel.
De acordo com o Hamas, as conversações têm vários pontos de bloqueio, incluindo o fluxo de ajuda, a retirada das forças israelitas da Faixa de Gaza e "garantias genuínas" para um cessar-fogo permanente.
As conversações para um novo cessar-fogo estão a decorrer há quatro dias, com o primeiro-ministro israelita a ter-se também reunido com o presidente dos EUA, Donald Trump, nestes últimos dois dias.
O Hamas considera que face às negociações mostra com a libertação destes dez reféns alguma "flexibilidade", apontando ainda que continua a agir "num espírito positivo e sério com os negociadores para ultrapassar os obstáculos."
Já esta quarta-feira o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que esperava um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza "esta semana ou na próxima", mas sublinhando que "nada é definitivo." As declarações foram feitas após estar reunido com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu,.
Da parte dos EUA, também houve notícias logo na terça-feira, com o enviado especial dos EUA para o Médio Oriente, Steve Witkoff, a dizer que os pontos de desacordo entre as duas partes diretamente envolvidos no conflito estavam reduzidos a um. As negociações decorrem no Qatar.
Também em Washington se ouviu esta quarta-feira o primeiro-ministro israelita, que disse que Israel não pretende deslocar os palestinianos à força.
"Não estamos a expulsar ninguém, e não creio que seja essa a sugestão do presidente Trump", referiu Netanyahu em resposta a uma pergunta de um jornalista no Capitólio, antes da sua reunião com o líder da maioria no Senado, John Thune.
No entanto, quando Trump apresentou o seu plano para conquistar Gaza pela primeira vez, em fevereiro, falou em deslocar permanentemente toda a população. Trump tem, no entanto, evitado falar sobre esse plano, que teve até 'direito' a um vídeo, no qual apresentava a Faixa de Gaza como destino turístico.
Aos deputados o Likud, o seu partido político, Netanyahu terá dito Israel está a destruir todos os edifícios em Gaza para que os palestinianos não tenham para onde ir, a não ser para fora da Faixa de Gaza.
"Chama-se a isto liberdade de escolha e nada mais do que isso. Sem coerção, sem deslocação forçada. Se as pessoas querem sair de Gaza, devem ter o direito de o fazer e não ser detidas pelo Hamas", disse esta quarta-feira.
O conflito foi desencadeado em 7 de outubro de 2023, após um ataque do Hamas em solo israelita, que fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de 200 reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma vasta operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 57 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação de centenas de milhares de pessoas.
[Notícia atualizada às 20h29]
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