As Forças de Defesa de Israel (Israel Defense Forces, IDF) anunciaram, esta quarta-feira, que "foram criadas condições" para avançar com um acordo para a libertação de reféns.
"Durante a Operação Gideon's Chariots, desferimos um golpe duro nas capacidades governamentais e militares do Hamas e, graças à força operacional que demonstrámos, foram criadas as condições para avançar com um acordo para a libertação dos reféns", explicou o chefe do Estado-Maior do Exército israelita, Eyal Zamir, citado pela publicação The Times of Israel.
As declarações foram feitas durante uma cerimónia das forças israelitas, acrescentando o responsável que as IDF "não se rendem às vozes que tentam enfraquecê-las."
Durante o discurso, Eyal Zamir garantiu que as forças israelitas agem em linha com "os objetivos da guerra e de acordo com as diretrizes da liderança política" israelita.
Sublinhando que tanto a segurança do Estado israelita como dos cidadãos está nas mãos das IDF, o chefe do Estado-Maior apontou que esta "campanha só terminará" quando houver uma vitória da parte de Telavive.
"Garantiremos a nossa segurança e o nosso futuro. Não pararemos enquanto não atingirmos todos os objetivos da guerra na ordem operacional correta. É este o nosso dever, é este o nosso juramento e é assim que vamos atuar", apontou.
Zamir referiu ainda, citado pelo Times of Israel, que as lições que a guerra demonstra mostram que tem de haver um "reforço da resiliência a nível nacional, alargar significativamente o círculo de serviço e assegurar que as IDF se mantêm fortes, prontas e determinadas em todas as áreas e em todos os momentos."
Note-se que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, esteve reunido nos últimos dois dias com o seu homólogo norte-americano, Donald Trump. Depois de uma primeira 'ronda' de conversações na segunda-feira, em Washington, os dois voltaram a reunir-se na terça-feira - garantindo Trump que o assunto em cima da mesa seria o conflito no Médio Oriente.
Já esta quarta-feira, o exército israelita anunciou a expansão das operações terrestres na região de Beit Hanun, no norte da Faixa de Gaza.
O exército referiu que as tropas estão a trabalhar "para destruir infraestruturas terroristas, eliminar terroristas e anular a capacidade militar do Hamas na área", sem fornecer mais detalhes sobre a expansão das operações terrestres.
O anúncio surgiu depois de o braço armado do Hamas, as Brigadas Ezeldin al-Qassam, ter assumido a responsabilidade na terça-feira por uma complexa operação em Beit Hanun, que resultou na morte de pelo menos cinco soldados israelitas, todos membros do batalhão Netzah Yehuda (97) da brigada Kfir.
A intensificação das operações militares na Faixa de Gaza acontece a par das negociações indiretas entre as partes em curso no Qatar, com vista a um cessar-fogo temporário de 60 dias e libertação de parte dos reféns detidos pelo Hamas.
O conflito foi desencadeado em 7 de outubro de 2023, após um ataque do Hamas em solo israelita, que fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de 200 reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma vasta operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 57 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação de centenas de milhares de pessoas.
[Notícia atualizada às 18h34]
Leia Também: Israel admite ter realizado operações terrestre no sul do Líbano