Num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) hoje divulgado, a CGD precisa que o resultado deste semestre foi superior em quatro milhões de euros ao verificado no mesmo período de 2024, tendo beneficiado "do aumento do volume de negócios de 9.000 milhões de euros e de um balanço com menor risco".
A margem financeira reduziu-se 10% (143 milhões de euros) face ao período homólogo, para 1.283 milhões, devido "ao contexto de descida das taxas de juro, mas apresenta uma estabilização em comparação com o registado no primeiro trimestre", adianta o banco público.
O volume de negócios consolidado atingiu 169.000 milhões de euros, impulsionado pelo crescimento de 9.000 milhões de euros em Portugal, em comparação com junho de 2024.
Em relação ao resultado de comissões, a CGD explica que este registou um aumento de "apenas 0,4%", abaixo do crescimento de 5% do volume de negócios porque, "à semelhança dos dois anos anteriores, manteve o preçário e aplicou isenções em várias operações em Portugal.
No primeiro semestre, a carteira de crédito a clientes aumentou 2.300 milhões de euros com "crescimento robusto" quer nas empresas e institucionais (1.000 milhões de euros), quer nos particulares (1.300 milhões de euros), cerca de 1.200 milhões de euros no crédito à habitação e 100 milhões de euros no crédito ao consumo.
O banco refere também que os novos empréstimos à habitação alcançam 2.600 milhões de euros no semestre, suplantando o valor do período homólogo em mais de 1.000 milhões de euros, um crescimento de 63%.
No período, a CGD registou um rácio de eficiência ('cost-to-income') recorrente de 29%, tendo as provisões e imparidades para riscos de crédito diminuído quatro milhões de euros, enquanto outras provisões caíram 138 milhões, influenciadas pelo reforço de 127 milhões de euros em 2024 associado ao mecanismo de compensação da transferência do Fundo de Pensões.
"O contexto macroeconómico e o reduzido valor do crédito vencido continuaram a proporcionar condições para a diminuição das provisões e imparidades no período", lê-se no comunicado.
O banco público destaca ainda que o dividendo de 850 milhões de euros pago em maio passado "foi o mais elevado de sempre", ascendendo a 3.350 milhões de euros os dividendos distribuídos desde 2017.
No final de junho, a CGD apresentava rácios de capital de 20,9% (CET1) e 21,0% (total), incluindo o resultado líquido do período deduzido do dividendo relativo a 2024 e do 'payout 'apurado para o primeiro semestre de 2025.
Destacada é a geração orgânica de capital de 6.850 milhões de euros desde a recapitalização, "equivalente a 1,7 vezes o valor recebido do acionista".
Quanto ao rácio NPL ('Non-Perfoming Loans' ou crédito malparado), situou-se em 1,47% no primeiro semestre, "fruto da redução sustentada do crédito vencido e da orientação do novo crédito para as melhores classificações de risco".
O custo de risco de crédito era de -0,32%, "refletindo a evolução favorável da qualidade do crédito devido à melhoria do cenário macroeconómico", e a exposição a ativos não 'core' (NPL, imóveis e fundos de reestruturação) recuou 84 milhões de euros no semestre.
Os custos de estrutura consolidados recorrentes da CGD aumentaram 27 milhões de euros (+6%) face a junho de 2024.
O investimento realizado na transformação tecnológica e na melhoria do serviço aos clientes é apontado como estando na base dos aumentos quer em gastos gerais administrativos (+23 milhões de euros) como em depreciações e amortizações (+4 milhões de euros).
Já os custos com pessoal recorrentes subiram 800 mil euros (+0,3%) relativamente ao ano anterior.
[Notícia atualizada às 12h07]
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