O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, afirmou, esta terça-feira, que o acordo tarifário entre os Estados Unidos e a União Europeia traz uma "previsibilidade e estabilidade às relações comerciais". No entanto, destacou que é um "acordo muito exigente".
"O acordo, como o primeiro-ministro sublinhou, tem uma vantagem que é trazer previsibilidade e estabilidade às relações comerciais que estavam a inquietar muita gente. É um acordo que vai ser muito exigente para a Europa", referiu, em declarações à RTP3, à margem da conferência das Nações Unidas, que decorre em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
E acrescentou: "Obviamente que nós não queríamos de modo algum, como é evidente, que houvesse esta tensão comercial e este resultado final. Este é o resultado possível".
Paulo Rangel defendeu que a Europa deve "continuar a lutar por mais acordos de livre comércio", dando como exemplo o Mercosul.
Referiu também que é necessário "encontrar novos mercados para as empresas portuguesas" e de o Governo "lhes dar algum apoio".
"Foram ontem [segunda-feira] anunciados largamente pelo ministério da Economia, os programas que estão em curso e até antecipadas algumas medidas", afirmou, notando que deve haver "uma reforma interna portuguesa para baixar os custos de contexto".
De recordar que, no passado domingo, os Estados Unidos e a União Europeia fecharam um acordo comercial, com tarifas fixadas em 15%.
Os EUA e a UE "chegaram a acordo", anunciou o presidente norte-americano, no final da reunião com a presidente da Comissão Europeia. "Foi uma negociação muito interessante. Penso que será ótimo para ambas as partes", acrescentou o republicano, indicando que o acordo prevê a aplicação de tarifas aduaneiras de 15% sobre as exportações europeias.
O acordo prevê também o compromisso da UE sobre a compra de energia norte-americana no valor de 750 mil milhões de dólares (cerca de 642 mil milhões de euros) - visando nomeadamente substituir o gás russo - e o investimento de 600 mil milhões adicionais (514 mil milhões de euros), além de aumentar as aquisições de material militar.
As duas principais potências comerciais trocam diariamente cerca de 4,4 mil milhões de euros em bens e serviços, e Washington ameaçava impor, já a partir de 1 de agosto, tarifas aduaneiras de 30% sobre todas as importações europeias.
Já na segunda-feira, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, assinalou que o acordo estabelecido entre os Estados Unidos e a União Europeia (UE), que prevê a aplicação de tarifas aduaneiras de 15% sobre as exportações, a partir do dia 1 de agosto, proporciona "previsibilidade e estabilidade", características que disse serem "vitais para as empresas portuguesas e a economia".
"O acordo comercial UE-EUA traz previsibilidade e estabilidade, vitais para as empresas portuguesas e a economia. Evita a escalada, mas põe exigências novas na luta por mais acordos de comércio, no corte de barreiras e na agenda transformadora de simplificação e redução de custos", escreveu Luís Montenegro, na rede social X (Twitter).
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