Num breve comunicado publicado no seu portal, a Administração da Aviação Civil da China (CAAC) indica que o seu diretor, Song Zhiyong, se reuniu na segunda-feira com Brendan Nelson, vice-presidente sénior da Boeing e presidente da Boeing Global, a filial internacional do grupo.
"Mantiveram uma troca aprofundada sobre os seus pontos de vista sobre a cooperação e o desenvolvimento entre a Boeing e a aviação civil na China", lê-se no documento, que não oferece mais detalhes.
A reunião ocorreu no mesmo dia em que a China e os Estados Unidos iniciaram uma nova rodada de negociações comerciais em Estocolmo, com o objetivo de prolongar uma trégua tarifária que expira no próximo dia 12 de agosto.
O portal de notícias económicas Sina destaca ainda que Nelson já se reuniu em março com o número dois da CAAC e que o executivo norte-americano já manifestou a intenção de "desenvolver uma cooperação profunda" com a China "durante os próximos 50 anos".
Após a escalada tarifária iniciada no início de abril pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, a Boeing ficou fora do mercado chinês devido ao consequente aumento dos preços. Além disso, Pequim também impôs um aparente veto às entregas dessas aeronaves a clientes do país.
Esse suposto veto foi levantado em meados de junho, com a entrega de um 787-9 Dreamliner à chinesa Juneyao Air, algo que a imprensa local interpretou como um sinal de aproximação entre Pequim e Washington após a ronda de negociações comerciais realizada em Londres dias antes.
Embora em 2018 quase um quarto da sua produção tenha ido para o país asiático, nos últimos anos a Boeing não anunciou grandes encomendas daquele país devido às tensões comerciais e aos receios em matéria de segurança.
Após dois acidentes separados com um total de 346 mortos, a China foi o primeiro país a suspender os voos do 737 Max, um veto que se manteve em vigor durante quase cinco anos.
Embora a China tenha apostado no desenvolvimento do seu próprio modelo, o C919, nos últimos anos a grande beneficiada foi a europeia Airbus.
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