"Os resultados deste teste serão utilizados para melhorar o desempenho dos satélites iranianos e dos seus sistemas espaciais de forma mais vasta", adiantou a Tasnim, afiliada da Guarda Revolucionária iraniana.
De acordo com a mesma fonte, o lançamento foi concebido para avaliar as capacidades emergentes do setor aeroespacial iraniano, cujo programa teve início em 2009, quando o Irão colocou em órbita o seu primeiro satélite, denominado Omid (Esperança).
Em 2017, o Irão inaugurou o Centro Espacial Nacional Imam Khomeini e lançou um foguetão espacial transportando o satélite Simorgh.
Três anos depois, colocou em órbita o seu primeiro satélite militar, após várias falhas.
Estes tipos de testes conduzidos pelo Irão já tinham levantado preocupações no ocidente devido à potencial utilização dupla do veículo de lançamento, capaz de transportar satélites ou, potencialmente, cargas balísticas.
O lançamento do satélite Soraya pelo Irão em janeiro de 2024, a bordo do foguetão Qaem 100, foi condenado pelos países europeus do E3 --- França, Alemanha e Reino Unido --- que denunciaram que estes lançamentos permitem a Teerão testar tecnologias que poderiam impulsionar o seu programa de mísseis balísticos.
O governo iraniano, no entanto, insiste que as suas atividades espaciais são exclusivamente pacíficas.
Segundo a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), o Irão é o único país sem armas nucleares a enriquecer urânio a um nível elevado (60%), muito acima do limite de 3,67% estabelecido pelo acordo internacional concluído em 2015 com as grandes potências, do qual os Estados Unidos se retiraram durante o primeiro mandato presidencial de Donald Trump.
Para obter material para uma ogiva nuclear, o enriquecimento precisa de ser elevado a 90%, segundo a AIEA, agência que integra o sistema da ONU.
Com objetivo de atrasar o programa nuclear iraniano, em 22 de junho os Estados Unidos bombardearam a instalação subterrânea de enriquecimento de urânio em Fordo, a sul de Teerão, e as instalações nucleares de Isfahan e Natanz, no centro da República Islâmica.
Durante a recente guerra de 12 dias entre Israel e o Irão, em junho passado, Telavive realizou centenas de ataques a instalações nucleares e militares iranianas e matou cientistas ligados ao programa nuclear iraniano.
O Irão retaliou com ataques de mísseis e 'drones' contra Israel.
Uma nova ronda de negociações sobre o programa nuclear do Irão terá lugar na sexta-feira em Istambul, na Turquia, com representantes iranianos, da Alemanha, França e Reino Unido.
A reunião contará com a presença de dois vice-ministros dos Negócios Estrangeiros do Irão, para os assuntos jurídicos e internacionais, Kazem Gharibabadi, e para os assuntos políticos, Majid Takht Ravanchi.
O Irão responsabilizou hoje os países europeus pelo fracasso do acordo nuclear de 2015 e acusa-os de não terem cumprido os seus compromissos.
"A parte europeia foi culpada e negligente na implementação" do acordo nuclear, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
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