João Lourenço condenou ainda os atos de vandalismo e pilhagem que provocaram mortos, feridos e destruição e expressou pesar às famílias enlutadas.
O chefe de Estado falou à nação hoje às 13:00, no final de uma semana marcada por tumultos e numa altura em que muitas vozes já criticavam o seu silêncio face aos incidentes.
"Quem quer que seja que tenha orquestrado e conduzido esta ação criminosa, saiu derrotado e ajudou-nos a todos, ao Executivo e à sociedade, a tomar medidas preventivas e melhores formas de reagir em caso de reincidência, com vista a minimizar os danos sobre as pessoas e o património", afirmou o chefe de Estado numa mensagem à Nação, divulgada pela Televisão Pública de Angola.
João Lourenço lamentou a violência dos últimos dias: "O que assistimos desde segunda-feira foram atos premeditados de destruição de património público e privado, assalto e pilhagem de estabelecimentos comerciais, ameaças e coação a pacatos cidadãos".
João Lourenço considerou que "cidadãos irresponsáveis manipulados por organizações antipatriotas nacionais e estrangeiras através das redes sociais" estiveram por detrás dos acontecimentos, cujas consequências incluem "o luto, a destruição de bens públicos e privados, a redução da oferta de bens essenciais e de serviços às populações e o desemprego dos angolanos que trabalhavam nesses estabelecimentos comerciais".
"Condenamos veementemente tais atos criminosos, lamentamos a perda de vidas humanas e aproveitamos a oportunidade para expressar, no nosso nome e no do Executivo angolano, os nossos mais profundos sentimentos de pesar a todas as famílias enlutadas e votos de rápidas melhoras aos feridos como consequência dos tristes acontecimentos", declarou.
A paralisação convocada pela Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANATA) teve início a 28 de julho em protesto contra o aumento dos preços dos combustíveis e das tarifas dos transportes públicos. Em várias províncias, a greve degenerou em confrontos com as forças de segurança, pilhagens e vandalismo.
Segundo o balanço oficial mais recente, os distúrbios resultaram em 30 mortos, 277 feridos e 1.515 detenções, com maior incidência nas províncias de Luanda, Benguela, Huíla, Huambo, Malanje, Bengo e Lunda Norte. Foram também destruídos 118 estabelecimentos comerciais, 24 autocarros públicos, mais de 20 viaturas particulares, cinco viaturas das forças de defesa e segurança, uma motorizada e uma ambulância.
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