"Rússia? Acho repugnante o que estão a fazer", respondeu o republicano quando questionado pelos jornalistas na Casa Branca sobre os ataques da última noite contra Kiev.
Trump voltou a culpar pela guerra o seu antecessor, Joe Biden, e afirmou que o seu executivo está a tentar conter o conflito, que descreveu como uma "vergonha".
"O que a Rússia está a fazer é muito triste; muitos russos estão a morrer", disse.
Trump enfatizou ainda que os Estados Unidos não estão envolvidos na guerra e lembrou que tinha chegado a um acordo para que a NATO pagasse o fornecimento de munições e mísseis norte-americanos à Ucrânia.
Pelo menos 15 mortes num ataque russo a Kyiv na quarta-feira
Pelo menos 15 pessoas foram mortas num ataque da Rússia à capital ucraniana na noite de quarta-feira, entre as quais um rapaz de 6 anos, e mais de 140 pessoas ficaram feridas.
Cerca de 14 crianças ficaram feridas no bombardeamento, o número mais alto de crianças feridas desde o início da invasão em 2022.
A Rússia utilizou 309 drones de ataque Shahed e oito mísseis de cruzeiro Iskander-K visando várias zonas de Kiev.
Embora as defesas antiaéreas ucranianas tenham conseguido abater ou neutralizar 288 drones e três mísseis, cinco drones conseguiram atingir os alvos.
Na Casa Branca, Trump referiu ainda aos jornalistas que o seu enviado especial para o Médio Oriente, Steve Witkoff, irá à Rússia em breve.
"Sim, ele está em Israel e depois irá para a Rússia, podem estar certos", disse Trump aos jornalistas.
O Presidente norte-americano impôs na terça-feira um novo ultimato de dez dias para que a Rússia aceite um acordo de tréguas na Ucrânia, sob ameaça de novas sanções ao regime de Vladimir Putin.
O Kremlin respondeu que "tomou nota" da nova exigência do Presidente norte-americano, mas realçou que a Rússia continuará comprometida com os seus interesses na Ucrânia.
Na quinta-feira, Trump disse restarem "cerca de oito dias" para fim do prazo.
"Vamos impor sanções. Não sei se o incomodam", disse, referindo-se a Putin.
O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andriy Sybiga, anunciou que pediu a convocação de uma reunião para hoje do Conselho de Segurança da ONU para discutir os recentes ataques a Kiev.
"No dia 01 de agosto, terá lugar uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas com o tema 'Manutenção da paz e da segurança na Ucrânia'", anunciou Sybiga nas redes sociais.
Putin "rejeita os esforços de paz e quer prolongar a guerra", denunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano.
"O mundo tem a força para o impedir: através de uma pressão unida e de uma posição de princípio para um cessar-fogo completo, imediato e incondicional", sublinhou.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
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