Trump demite chefe de estatísticas do trabalho. "Falsificou os números"

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demitiu a comissária do Gabinete de Estatísticas do Trabalho (BLS, na sigla em inglês), Erika McEntarfer, que disse ter falsificado "os números do emprego".

Trump, Alcatraz dos Jacarés

© Anna Moneymaker/Getty Images

Daniela Filipe
01/08/2025 22:10 ‧ há 10 horas por Daniela Filipe

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EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demitiu a comissária do Gabinete de Estatísticas do Trabalho (BLS, na sigla em inglês), Erika McEntarfer, que acusou de ter falsificado "os números do emprego antes das eleições para tentar aumentar as hipóteses de vitória de Kamala [Harris]".

 

"Acabei de ser informado de que os ‘números do emprego’ do nosso país estão a ser produzidos por uma nomeada de [Joe] Biden, a Dra. Erika McEntarfer, a comissária das Estatísticas do Trabalho, que falsificou os números do emprego antes das eleições para tentar aumentar as hipóteses de vitória de Kamala. Este é o mesmo Gabinete de Estatísticas do Trabalho que exagerou o crescimento do emprego em março de 2024 em cerca de 818.000 e, mais uma vez, imediatamente antes das eleições presidenciais de 2024, em agosto e setembro, em 112.000", escreveu o chefe de Estado, na rede social Truth Social.

O magnata deu conta de que deu instruções à sua equipa "para despedir esta nomeada política de Biden IMEDIATAMENTE", tendo assegurado que será "substituída por alguém muito mais competente e qualificado".

"Números importantes como estes devem ser justos e exatos, não podem ser manipulados para fins políticos. McEntarfer disse que só foram criados 73.000 postos de trabalho (um choque!) mas, mais importante, que foi cometido um grande erro, 258.000 postos de trabalho a menos, nos dois meses anteriores", disse.

Apesar de não ter facultado qualquer prova para fundamentar as suas acusações, Trump indicou que "coisas semelhantes aconteceram na primeira parte do ano, sempre para o negativo".

"A economia está a crescer sob ‘TRUMP’, apesar de um Fed que também joga, desta vez com as taxas de juros, que baixou duas vezes, e substancialmente, pouco antes das eleições presidenciais, presumo que na esperança de eleger ‘Kamala’ - Como é que isso funcionou? Jerome ‘Demasiado Tarde’ Powell também devia ser posto ‘a pastar’", disse, referindo-se ao presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos.

Numa outra publicação, o responsável considerou que as estatísticas relativas ao emprego foram "manipuladas" para prejudicar não só a sua imagem, mas também a dos republicanos.

"Na minha opinião, os números do emprego foram MANIPULADOS para fazer os republicanos, e EU, parecerem maus - como quando tiveram três grandes dias em torno da eleição presidencial de 2024 e, então, esses números foram ‘retirados’ a 15 de novembro de 2024, logo após a eleição, quando foram massivamente revistos EM BAIXA, fazendo uma correção de mais de 818.000 empregos - UM EMBUSTE TOTAL. Jerome ‘Demasiado Tarde’ Powell não é melhor! Mas a boa notícia é que o nosso país está a ir muito bem", afirmou, novamente sem apresentar dados para o efeito.

A secretária do Trabalho, Lori Chavez-DeRemer, disse concordar com a leitura de Trump, e avançou que o comissário adjunto, William Wiatrowski, ocupará o cargo de comissário interino, até que seja encontrado um substituto para Erika McEntarfer.

"Concordo plenamente com o presidente que os números relativos ao emprego devem ser justos, exatos e nunca manipulados para fins políticos. Uma série recente de revisões importantes veio à tona e levantou preocupações sobre as decisões tomadas pela comissária do Trabalho nomeada por Biden. Apoio a decisão do presidente de substituir a comissária de Biden e garantir que o povo norte-americano possa confiar nos dados importantes e influentes provenientes do BLS", escreveu, na rede social X (Twitter).

Saliente-se que o BLS revê regularmente os dados económicos, nomeadamente os números do emprego, os valores do PIB e os dados sobre a inflação. Contudo, é frequente haver desfasamentos na recolha de dados, tendo em conta a escala da economia norte-americana e as taxas de resposta do organismo, o que não implica que hajam irregularidades. Aliás, Trump elogiou os dados divulgados pelo gabinete em abril, maio e junho, quando se mostraram favoráveis à sua governação.

Leia Também: Trump ordena mobilização de dois submarinos nucleares ao largo da Rússia

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