Brasil considera-se em posição mais favorável após exceções tarifárias de Trump

O ministro das Finanças do Brasil afirmou hoje que as exceções anunciadas pelos Estados Unidos à tarifa de 50% imposta sobre as importações de produtos brasileiros deixam o país numa situação mais favorável do que o esperado.

Fernando Haddad

© Arthur Menescal/Bloomberg via Getty Images

Lusa
31/07/2025 15:52 ‧ ontem por Lusa

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Brasil

Em declarações aos jornalistas em Brasília, Fernando Haddad assegurou que o anúncio feito na véspera pelo Governo de Donald Trump não é o ponto de chegada, mas sim o ponto de partida nas negociações entre os dois países para resolver as diferenças comerciais.

 

Entre as exceções estão o petróleo e combustíveis, aviões, minerais e sumo de laranja.

"Nós estamos em um ponto de partida mais favorável do que se imaginava, mas longe do ponto de chegada", disse, citado pela imprensa local.

Segundo o ministro, ao anunciar uma lista de 700 isenções à tarifa de 50% imposta ao Brasil, os Estados Unidos mostraram que levaram em consideração as observações das autoridades brasileiras sobre uma sanção que acabaria por afetar ambas as economias.

Na lista de exceções constam vários dos principais produtos que o Brasil exporta para os Estados Unidos, como petróleo e combustíveis, aviões, minerais e sumo de laranja.

Apesar dessas exceções, entre os produtos que terão de pagar a elevada tarifa adicional constam alguns que são setores importantes de exportação para os Estados Unidos, como café, carnes e frutas.

Segundo cálculos preliminares, as exceções beneficiam produtos que representaram cerca de 43% das exportações brasileiras para os Estados Unidos no ano passado.

"Há muita injustiça nas medidas anunciadas, com setores afetados injustamente. Há casos que são dramáticos", considerou.

O ministro disse ainda que o Brasil apresentará recursos em todas as instâncias possíveis, incluindo a Organização Mundial do Comércio (OMC) e os próprios órgãos reguladores dos Estados Unidos, contra medidas que considera injustas.

"Obviamente vamos recorrer nas instâncias devidas, tanto nos Estados Unidos quanto nos organismos internacionais", garantiu.

Segundo Haddad, o Governo ainda analisará setor por setor antes de anunciar as medidas de contingência que têm vindo a preparar de forma a reduzir o impacto das tarifas norte-americanas na indústria, na agricultura e, principalmente, no emprego.

Na quarta-feira, os Estados Unidos impuseram a Lei Magnitsky ao juiz do Supremo Tribunal Federal do Brasil Alexandre de Moraes, dispositivo que impõe sanções económicas por violações graves contra os direitos humanos ou corrupção. Poucas horas depois, o Presidente norte-americano, Donald Trump, assinou o decreto que oficializa a imposição de tarifas de 50% a vários produtos brasileiros.

As duas decisões estão intimamente ligadas e têm como peça central Alexandre de Moraes, relator do processo no qual Jair Bolsonaro e o seu núcleo são acusados de tentativa de golpe de Estado contra Lula da Silva.

Além de ser considerado o 'inimigo número um' do Bolsonarismo, foi também relator do caso no qual o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que as plataformas de redes sociais são responsáveis pelo conteúdo ilegal partilhado pelos utilizadores.

Plataformas norte-americanas como X, Instagram ou Facebook devem agora remover imediatamente conteúdo ilegal, como, por exemplo, aquele que defende terrorismo, pornografia infantil, atos antidemocráticos, ou incita ao ódio, sem esperar pela decisão de um juiz.

Estes dois casos foram usados como justificação dos EUA para as sanções tarifárias e contra o próprio juiz.

Leia Também: Aviação chinesa aborda cooperação com Boeing após veto imposto por Pequim

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