O porta-voz do GUR, Andrí Yusov, disse que os milhares de arquivos agora na posse de Kyiv são informações "de um valor incalculável" para que as instâncias legais ucranianas possam documentar "um dos maiores crimes de guerra da Federação Russa".
Yusov acrescentou que as informações já foram entregues às autoridades competentes ucranianas, que vão agora analisar e encaminhar os dados para os processos criminais em curso.
"As informações obtidas vão permitir encontrar e devolver à sua terra natal as crianças sequestradas, bem como punir os responsáveis por este crime", afirmou.
A Ucrânia acusa a Rússia de ter assumido ilegalmente a tutela de cerca de 20.000 menores de territórios ucranianos ocupados pelo exército russo.
Estas acusações levaram o Tribunal Penal Internacional (TPI) a emitir, em março de 2023, dois mandados de prisão, ainda em vigor, contra o Presidente russo, Vladimir Putin, e contra a comissária russa para a Infância, Maria Lvova-Belova.
Moscovo argumentou que assumiu a responsabilidade por estas crianças ucranianas para salvaguardar o seu bem-estar e retirá-las de zonas perigosas próximas da linha da frente.
Kyiv rejeitou estes argumentos e afirmou que a parte russa não respeitou nenhum procedimento legal para o fazer, em parte por não ter tentado devolver as crianças à Ucrânia.
A questão das crianças ucranianas e do respetivo regresso à Ucrânia tem sido um dos temas em discussão nas recentes rondas de negociações indiretas entre Kyiv e Moscovo, que decorreram em Istambul.
Na semana passada, numa publicação na rede social X, o chefe de gabinete da presidência ucraniana, Andriy Yermak, adiantou que a Rússia devolveu apenas seis crianças, cinco das quais são irmãos, de um total de 339 nomes apresentados (mais de 200 são menores) pela delegação de Kyiv durante a segunda das três reuniões realizadas este ano em Istambul, a 02 de junho.
Leia Também: Kyiv "procede à correção" de lei que visava agências anticorrupção