"As forças do exército começaram a retirar-se da cidade de Sweida, em aplicação dos termos do acordo celebrado após o fim das operações de limpeza dos grupos fora da lei", informou o ministério num comunicado.
As autoridades sírias não fazem menção à retirada de outras forças sírias destacadas na cidade.
Num dia em que Israel, em apoio à minoria drusa, bombardeou vários alvos na Síria, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, anunciou um acordo para cessação das hostilidades.
"Entrámos em contacto com todas as partes envolvidas nos confrontos na Síria. Acordámos medidas específicas que porão fim esta noite a esta situação preocupante e assustadora", adiantou o chefe da diplomacia norte-americana nas redes sociais.
Israel efetuou hoje múltiplos ataques na Síria, incluindo dois na capital, Damasco, contra o quartel-general do exército sírio e outro junto ao palácio presidencial.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) relatou também pelo menos dois ataques de aviões israelitas na cidade de Sweida.
A violência em Sweida causou mais de 300 mortes desde domingo, indicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma organização não-governamental (ONG) com sede em Londres e uma vasta rede de contactos em toda a Síria.
A agência AP relata que as forças governamentais já começaram a retirar-se de Sweida, embora não seja ainda claro se irá manter-se a trégua, anunciada pelo Ministério do Interior em Damasco e numa mensagem de vídeo por um líder religioso druso.
Um dia depois de um primeiro cessar-fogo ter sido violado, o novo acordo foi já rejeitado por um destacado líder druso, Sheikh Hikmat Al-Hijri.
Em Israel, os drusos são vistos como uma minoria leal e muitas vezes servem nas forças armadas.
A tensão aumentou depois dos confrontos inter-religiosos, em abril, entre combatentes drusos e forças de segurança nas zonas drusas, perto de Damasco e em Sweida.
Membros de tribos beduínas sunitas de Sweida participaram nos confrontos ao lado das forças de segurança do governo, também maioritariamente sunita.
Com cerca de 700.000 habitantes, a província de Sweida alberga a maior comunidade drusa do país, uma minoria do Islão xiita.
As tensões entre drusos e beduínos são antigas e a violência irrompe esporadicamente entre os dois lados.
Muitos drusos que vivem nos Montes Golã, ocupados por Israel desde 1967 e anexados em 1980, provenientes de populações como Majdal Shams, aproximaram-se com bandeiras drusas ao longo do dia de hoje da barreira que separa os dois países e alguns tentaram atravessar para o outro lado.
O Chefe do Estado-Maior israelita, Eyal Zamir, deslocou-se hoje aos Montes Golã, na fronteira com a Síria, onde afirmou que os ataques visam impedir que o país vizinho "se torne um reduto do terrorismo".
"Estamos a agir de forma decisiva para impedir o entrincheiramento de elementos hostis além da fronteira, para proteger os cidadãos do Estado de Israel e para impedir que civis drusos sejam feridos", adiantou Zamir.
"Ordenei um reforço adicional das capacidades de inteligência e ataque, a fim de aumentar o ritmo dos ataques e deter os assaltos contra os drusos na Síria, conforme necessário", frisou.
Tal como o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu já tinha feito, Zamir apelou aos drusos israelitas para não atravessarem a fronteira em apoio aos membros da comunidade na Síria, assegurando que o exército irá protegê-los.
Leia Também: Ministério do Interior da Síria anuncia novo cessar-fogo em Sweida