A última instância rejeitou um recurso da acusação e manteve a decisão de um tribunal do distrito central de Seul, que em fevereiro de 2024 absolveu Lee Jae-yong, dos crimes de fraude contabilística, gestão desonesta, perjúrio e manipulação de ativos.
O Supremo Tribunal concordou que não havia provas suficientes para sustentar as acusações e que várias provas recolhidas pelos investigadores não eram válidas por terem sido obtidas ilegalmente.
Os procuradores sul-coreanos tinham originalmente pedido cinco anos de prisão e uma multa de 500 milhões de won (cerca de 348 mil euros) para Lee Jae-yong.
A decisão de hoje encerra assim um processo judicial que durou quase cinco anos e que ensombrou o maior conglomerado da Coreia do Sul, uma vez que, além de Lee, foram acusados, e absolvidos, outros 13 executivos.
O herdeiro e patrão da Samsung foi acusado de estar por trás de movimentos para inflacionar artificialmente o valor de uma das duas empresas envolvidas na fusão, a Cheil Industries, e fazer o contrário com a outra empresa, a Samsung C&T, algo que gerou perdas para outros investidores.
A equipa de defesa de Lee declarou aos meios de comunicação locais, após o anúncio do veredicto, que "a decisão do Supremo Tribunal confirma que a fusão com a Samsung C&T e as práticas contabilísticas da Samsung Biologics eram legais".
O tribunal da instância inferior considerou que Lee não tinha "intenção de prejudicar os acionistas" através da fusão, indicou na altura a agência de notícias sul-coreana Yonhap.
De acordo com detratores do herdeiro, a fusão destinava-se a garantir uma suave transferência de poder para Lee, descendente da família fundadora da Samsung, acrescentou a Yonhap.
A agência disse ainda que a decisão abre caminho para Lee implementar planos de investimento para transformar a divisão de biotecnologia numa das principais áreas de crescimento do conglomerado.
Em 08 de julho, a Samsung Eletronics previu uma queda de 55,9% no lucro operacional no segundo trimestre, em relação ao mesmo período de 2024, devido ao negócio dos semicondutores e ao impacto da guerra comercial.
A tecnológica sul-coreana disse que espera um lucro operacional de cerca de 4,6 biliões de wons (2,87 mil milhões de euros) para o trimestre que terminou em 30 de junho, valor que representa também uma queda de 31,2% face ao trimestre anterior.
A empresa sediada em Suwon (a sul de Seul) é uma das maiores produtoras de semicondutores do mundo, que são agora utilizados numa vasta gama de aplicações, desde eletrodomésticos a telemóveis, carros e armas.
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