Segundo o Ministério da Defesa de Taiwan, os aparelhos -- incluindo caças, bombardeiros, veículos aéreos não tripulados ('drones') e aviões de apoio -- foram detetados nas últimas 24 horas.
Além disso, 45 cruzaram a linha média do Estreito e entraram nas zonas norte, centro, sudoeste e leste da autoproclamada Zona de Identificação de Defesa Aérea de Taiwan, o 'de facto' espaço aéreo da ilha, que não está definido ou regulado por nenhum tratado internacional.
Esta é a maior incursão aérea desde 02 de abril, quando a China realizou as manobras militares "Strait Thunder-2025A" em torno de Taiwan.
Os voos ocorreram no mesmo dia em que a China manifestou "firme oposição" a uma eventual passagem do Presidente taiwanês, William Lai Ching-te, pelos Estados Unidos, durante uma viagem oficial ao Paraguai, prevista para agosto.
"Opomo-nos firmemente a qualquer tipo de intercâmbio oficial entre os EUA e a região chinesa de Taiwan, bem como ao trânsito de William Lai por território norte-americano sob qualquer pretexto", afirmou Chen Binhua, porta-voz do Gabinete de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado (o executivo chinês).
Em 2023, quando ainda era vice-presidente, Lai fez escalas em Nova Iorque e São Francisco a caminho do Paraguai, tendo a China respondido com exercícios militares em torno de Taiwan.
A porta-voz presidencial taiwanesa, Karen Kuo, declarou esta semana que "ainda não há informação" sobre um possível trânsito de Lai pelos EUA, acrescentando que qualquer plano confirmado será comunicado oportunamente.
Pequim considera Taiwan uma província chinesa e não descarta o uso da força para concretizar a 'reunificação' com o continente.
Washington, embora sem relações diplomáticas com Taipé, é o principal fornecedor de armamento da ilha e poderá intervir em caso de conflito, mantendo-se no centro da disputa desde há mais de sete décadas.
Leia Também: Tarifas? Vice-ministro taiwanês admite concessões mútuas com Washington